Por Ronaldo Oliveira, CEO da Giro.Tech.
O mundo das finanças tem passado por uma grande transformação nos últimos anos, e as startups desempenharam um papel fundamental nessa mudança. Enquanto as fintechs receberam alta atenção por seus produtos e serviços financeiros inovadores, outro segmento, muitas vezes menos visível, também está desempenhando um papel crucial: as startups de infraestrutura financeira.
O que são startups de infraestrutura financeira?
Antes de mergulharmos na evolução dessas empresas, é importante entender o que são startups de infraestrutura financeira. Em essência, essas são empresas de tecnologia que oferecem plataformas e serviços que permitem a empresas não financeiras prestar serviços financeiros. Ao fornecer infraestrutura e tecnologia para viabilizar transações financeiras, essas startups têm um impacto significativo na forma como as empresas e os consumidores interagem com os serviços financeiros.
Exemplos de atuação
As startups de infraestrutura financeira operam em diversos segmentos. Alguns exemplos notáveis incluem:
- Infraestrutura para crediário para varejistas: Essas empresas permitem que varejistas ofereçam financiamento de compras aos clientes, muitas vezes usando capital próprio. Isso inclui a gestão de pagamentos parcelados e a análise de risco para aprovar crédito.
- Processamento de cartões de crédito: Outras startups oferecem soluções para processamento de transações com cartões de crédito, o que é fundamental para a operação de lojas físicas e online.
- Infraestrutura de PIX: O surgimento do PIX, sistema de pagamentos instantâneos no Brasil, abriu espaço para empresas que fornecem a infraestrutura necessária para que outras empresas automatizem transações financeiras usando esse método.
Esses são apenas alguns exemplos, mas o escopo de atuação das startups de infraestrutura financeira é amplo e abrange várias áreas dos serviços financeiros.
A evolução do setor de infraestrutura financeira
Nos últimos anos, o setor de infraestrutura financeira tem passado por uma evolução notável. Essa evolução é impulsionada por vários fatores-chave:
1. Maior acesso a capital
À medida que o interesse dos investidores aumentou, as startups de infraestrutura financeira passaram a ter acesso a mais capital de investimento. Isso permitiu que essas empresas desenvolvessem tecnologias mais avançadas e expandissem sua presença no mercado.
2. Colaboração com empresas tradicionais
Uma tendência notável é a colaboração entre startups de infraestrutura financeira e empresas tradicionais. Empresas estabelecidas, utilizando de seu conhecimento profundo em seu mercado, estão aproveitando a expertise tecnológica dessas startups para oferecer serviços financeiros mais eficazes e ágeis. Isso se enquadra na tendência de “embedded finance”, onde produtos financeiros são incorporados em outros setores, como indústria, agro e varejo.
3. Experimentação e inovação
A evolução das empresas de infraestrutura financeira tornou o ambiente de negócios mais propício à experimentação. Empresas podem utilizar as licenças financeiras dessas startups para testar modelos de negócios e produtos financeiros, antes de se submeterem à regulação. Isso incentiva a inovação e a disrupção do mercado, pois reduz as barreiras à entrada de novos concorrentes.
4. Maior competitividade e distribuição
A disponibilidade de tecnologia financeira avançada por meio das startups de infraestrutura financeira tornou o mercado financeiro mais competitivo e distribuído. Isso beneficia os consumidores, que têm acesso a uma gama mais ampla de produtos e serviços financeiros a preços competitivos.
O futuro das startups de infraestrutura financeira
À medida que a tecnologia continua a evoluir, é provável que as startups de infraestrutura financeira desempenhem um papel cada vez mais importante no cenário financeiro global. Espera-se que essas empresas continuem a expandir suas ofertas de serviços e a colaborar com empresas tradicionais em novas e emocionantes maneiras.
No entanto, também é importante lembrar que, à medida que a indústria de infraestrutura financeira cresce, os desafios regulatórios e de segurança aumentam. Quanto mais empresas dependem dessas startups para operações financeiras críticas, mais a segurança cibernética se torna uma preocupação central.
