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Como a Beerpass triplicou de tamanho e viabilizou operações na retomada pós-pandemia

Da esquerda para direita: Roberto Motta Neto, Luciano Pagliosa, Alexandre Flores. Foto: divulgação.

Quando abriu sua hamburgueria, Alexandre Flores nem imaginava que aquela experiência o faria repensar sobre o potencial das soluções de automação para além de um artigo de luxo. Muito menos que ainda passaria por uma pandemia e retornaria dela entendendo exatamente o que o mercado precisava.

Tudo isso começou lá em 2014. Ele procurava uma oportunidade para empreender e a encontrou no setor de bares e restaurantes e, com seu amigo, abriu uma hamburgueria artesanal, ramo de negócio que estava bastante aquecido.

Localizada em Florianópolis, não demorou para enfrentarem alguns problemas no negócio, entre eles aquele que seria o estopim do que se tornaria a Beerpass: a necessidade de otimizar a venda de chope.

Primeiro que eu não conseguia mensurar os indicadores de venda. Era complexo fazer a gestão de quanto lucramos por barril, quantos copos vendíamos e qual o índice de desperdício. Segundo que eu sentia que a experiência do cliente poderia ser muito melhor do que aquela que eu oferecia”, relata.

E foi a partir desse gap que ele almejou encontrar uma solução. Analista de Sistemas como sua formação inicial, ele sabia que poderia otimizar o processo inserindo tecnologia na operação. Ele ainda só não sabia que acabaria resolvendo não apenas seu próprio problema, mas também o de outros donos de bares. 

A BUSCA PELA SOLUÇÃO

Ele sempre buscou empreender e procurar soluções para os que estavam ao seu redor. Foi com apenas 15 anos que começou a prestar serviço para conhecidos com suporte e criação de sites.

Seguiu na área da tecnologia e se formou em Sistemas de Informação, posteriormente virou Mestre em Computação.

A vida seguiu e ele começou a trabalhar em uma empresa como Analista de Sistemas, mas nunca perdeu aquela vontade de empreender.

Eu queria abrir meu próprio negócio e resolvi buscar por um ramo mais tradicional. Então vi uma oportunidade e abri a hamburgueria”, conta.

Quando se deparou com as dificuldades relacionadas à venda de chope, ele procurou soluções disponíveis no mercado. Entretanto, encontrou propostas inacessíveis para seu bar, que ainda estava no começo.

Éramos pequenos, então eu não conseguia pagar o valor na época. Deixei a ideia de lado, mas confesso que nem tanto assim. Aquilo ainda ficou na minha cabeça”, complementa.

Um dia, em um despretensioso encontro entre amigos, ele se deparou novamente com a solução. Olhou para seu colega, explicou do que se tratava e como, infelizmente, ela não atendia seu segmento e sua realidade.

Silvio era este amigo, que se interessou pelo problema e disse que podia ajudá-lo. Ele faria um protótipo para ser usado na hamburgueria. Ambos desenvolveram uma solução, Silvio na parte eletrônica e Alexandre pensava no sistema.

Então ele fez o MVP (produto mínimo viável) e começamos a usar na hamburgueria. No começo não tínhamos certeza de que iria virar um negócio, eu tinha meu emprego e o Silvio o dele, mas começou a dar certo e a chamar atenção das pessoas. Então a gente percebeu que deveríamos investir mais energia no projeto”, explica.

CHEGARAM OS REFORÇOS

Naturalmente, seria necessário agregar mais pessoas para que a Beerpass engrenasse. Mas para compor esse time, precisava de pessoas de confiança e que tivessem as competências necessárias.

Pensando nisso, Alexandre procurou seu amigo Roberto Motta Neto. Os dois já haviam trabalhados juntos anteriormente e Roberto estava em um momento de mudanças profissionais.

Eu estava em um ano que precisei repensar na minha carreira. Lá por 2019 eu saí do meu emprego fixo e estava sem um rumo profissional. Nessa época o Alexandre entrou em contato comigo e me falou da sua ideia”, conta Roberto.

Ele admite que não sabia muito o que faria dali para frente, mas topou entrar nessa com Alexandre. Analista de Sistemas por formação, ele compartilhou que já estava cansado da rotina de sentar-se na frente do computador e fazer sempre as mesmas coisas.

O que me motiva de estar na Beerpass é que estamos sempre criando coisas novas. Novos processos, produtos e soluções para atender as demandas do mercado”, comenta.

Apaixonado por processos, começou a tomar gosto por tudo que estavam criando. Roberto então assumiu a área de produção e logística da Beerpass.

Em 2020, outro importante encontro aconteceria. Luciano Pagliosa inaugurou seu bar em janeiro de 2020, cerca de dois meses depois se viu no meio de uma pandemia onde precisou fechar a operação até junho.

Na época, eu procurei a Beerpass porque sabia que quando eu voltasse eu ia precisar de um sistema de autosserviço de chopp para impulsionar minhas vendas”, explica.

Ele entrou então em contato para solicitar um orçamento, mas a conversa acabou tomando um rumo diferente. Com experiência no mercado de autosserviço de chopp e formação em Relações Internacionais, Luciano recebeu a proposta de agregar ao time da Beerpass e assumir o comercial.

Fazia pouco tempo que eu havia trabalhado no ramo de autosserviço. Eu tinha vindo desse mercado e percebi as oportunidades que existiam. Quando conheci a Beerpass eu vi que era uma empresa nova, mas que tinha uma solução eficiente e era feita por pessoas que tinham muita vontade de fazer acontecer, o que me motivou”, compartilha.

NEM TUDO DEU TÃO CERTO ASSIM

Alexandre confessa que nos primeiros anos tiveram grandes desafios. O projeto piloto, instalado em um food park, não deu lá muito certo. Depois enfrentaram uma realidade relacionada à expectativa de prospecção de clientes.

Depois que o MVP começou a dar certo, levamos para um Food Park onde funcionava outra unidade da hamburgueria. Imaginávamos lá como um cenário ideal, mas erramos em “vender” a percepção do produto”.

Na ocasião eles ofereceram a solução de graça. O que aconteceu foi que, na época, o cliente não viu valor e acabou não dando certo. Aí que veio a primeira lição: é necessário pensar sobre vendas e valores agregados.

Ainda assim, eles acreditavam no potencial do que haviam desenvolvido. Lá por 2018 conheceram Alessandro Almeida, que levou a solução para uma feira de negócios em Luiz Alves. Nesta feira conseguiram o primeiro cliente: a Van Tap, de Criciúma.

O Juliano, proprietário da Van Tap, gostou da ideia e da proposta. Solicitou algumas adaptações e pediu que fizéssemos uma integração com o software que ele usava. Ele foi nosso primeiro case, a partir daí viramos, de fato, uma empresa“, compartilha.

Para Alexandre, o primeiro cliente foi o indício de que poderia dar certo. Em 2019, o principal objetivo era validar o modelo de negócio e o produto. Evoluir o MVP para ter certeza de que ele atendia as necessidades, além de precificar e vender. Mas nem tudo deu tão certo assim, pelo menos até aquele momento:

Fizemos uma proposta bem disruptiva. Na época, todo mercado cobrava um investimento inicial muito alto o que transformava a solução não em um ponto de venda, mas em um luxo. Mudamos isso e naquele ano (2019) imaginávamos que conseguiríamos fechar pelo menos 10 contratos, mas chegou em março e tínhamos fechados só mais um”.

Foi aí que ele percebeu que precisaria de mais investimentos para dar certo. Em abril ele e seus sócios conseguiram uma injeção de capital. Isso resultou em uma guinada, que não muito tempo depois seria interrompida pela pandemia:

O plano que traçamos deu certo, fechamos 2019 com 25 clientes. Então em 2020 já tínhamos um plano de negócio validado e agora começaríamos nos estruturar ainda mais. Daí a pandemia veio como um balde de água fria”.

De um ano próspero foram para um ano de sobrevivência, chegaram até a questionar se o que tinham proposto faria sentido no pós-pandemia.  Mas o fato de a empresa ainda ser pequena, com apenas quatro funcionários ajudou na época.

A gente não precisou demitir ninguém, trabalhamos para tentar salvar os clientes, renegociamos valores e facilitamos contratos. Me lembro que foi um período de muito esforço para tentar manter a base que tínhamos conquistado”, relata.

Ainda apreensivos e inseguros eles tiveram que segurar as pontas. Até que o período de reabertura os trouxe gratas surpresas.

Tivemos um boom de vendas, ganhamos e alcançamos mercado. Os bares aproveitaram o momento para reabrir diferente, com uma cabeça diferente, com uma operação diferente. Focada em otimização de custos e melhora na experiência do cliente. Ou seja, ali eu vi que a solução se encaixava perfeitamente para atender essas necessidades”, conta.

Foi assim que em 2021 já tinham triplicado de tamanho e alcançado o mercado. Apesar da insegurança relacionada com a possibilidade de novas ondas da COVID-19, agora estavam mais preparados.

DA NECESSIDADE AO OLHAR ATENTO SOBRE O MERCADO.

Vieram estruturando a empresa e crescendo ano a ano, chegando a atender mais de 250 clientes por todo Brasil e com uma equipe de quase 30 pessoas. Roberto vê esse movimento como um posicionamento robusto da marca:

Hoje você não precisa andar muito para encontrar um bar com o sistema da Beerpass. Criamos uma solidez de mercado. Ainda assim sabemos que temos uma grande caminhada pela frente para conquistar mais espaço e potencializar negócios cervejeiros”.

Luciano reforça que a Beerpass foi a empresa de autosserviço de chopp que mais cresceu no Brasil. E é consenso para os três que isso se dá principalmente pela capacidade de adaptação da Beerpass e a procura constante pela inovação:

Estamos sempre nos adaptando ao mercado e atendendo as demandas. Eu vejo que essa resiliência contribuiu para que a Beerpass se tornasse a empresa que mais cresceu nesse mercado”.

Outro ponto forte, segundo Luciano, é que tanto Alexandre, quanto ele mesmo, foram donos de bares:

A gente veio da ponta e sabemos muito bem as dores e necessidades de um dono de bar. Quando olhamos para isso, a gente se motiva em oferecer soluções para que essas demandas sejam atendidas, afinal, sabemos os desafios de empreender no mercado de bares, restaurantes e cervejarias”.

Para Alexandre a intenção da Beerpass sempre foi revolucionar a cadeia da venda de chopp através da tecnologia. Com isso o autosserviço de chopp agregou outras necessidades dos clientes como o mini totem de autoatendimento, a gamificação da operação e a facilidade para gestão.

Nisso criaram uma plataforma de soluções com foco na viabilização de pequenos negócios e na experiência do cliente final.

Durante a sua trajetória, e até hoje, Alexandre nunca esquece que ele mesmo precisava da solução para fazer seu pequeno negócio acontecer.

Quando olhamos para trás ficamos muito felizes. Entre tantos aprendizados e fases que enfrentamos acho que o nosso maior orgulho foi ter viabilizado operações. Porque no fim é sobre isso! Estamos falando de pessoas, donos de bares e cervejeiros que ousaram empreender nesse mercado e realizar sonhos e objetivos”, conclui.

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