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A escola do bom tomador de decisão

Foto: Ismael Martinez Sanchez.

Por Cesar Bullara, diretor e professor do Departamento de Gestão de Pessoas e professor de Ética nos Negócios do ISE Business School.

Tomar decisões significa discernir, analisar, pesar e escolher, baseado em critérios adequados e relevantes. Requer maturidade humana. Trata-se da capacidade de ter uma visão macro e não somente da posse de um conhecimento específico. Não se refere apenas a ter um tipo de pensamento estratégico e nem somente ter alguns dos vários tipos de inteligência descritos por Howard Gartner, professor adjunto de Psicologia em Harvard.

Tampouco é suficiente ter uma grande base de dados sem ter alguém com capacidade e experiência para analisá-la.  Sempre é bom lembrar que os dados são o produto e não a explicação ou causa do porquê tomamos uma decisão ou fazemos algo.

Para formar um bom tomador de decisões exige-se um longo processo de aprendizado, reforçado a partir de erros e acertos. Desenvolvemos essas pessoas ensinando-lhes a refletir sobre o seu processo de escolha. Não somente se sua deliberação foi melhor ou pior, mas também se foi certa ou errada, boa ou má. Algo que ultrapassa o adequado ou inadequado.

Ensinar o tomador de decisão a valorar sua escolha do ponto de vista moral é a chave deste processo de formação, ou seja, a cada vez que acudimos a nossa consciência, temos uma nova oportunidade de refletir sobre nossas escolhas.

A sabedoria vai além da astúcia ou perspicácia, e repousa no campo da ética e da moral. A essência de uma boa tomada de decisão resume-se no saber, que é mestre de todas as virtudes. Não há justiça sem ele, nem coragem e tampouco moderação, todas elas estruturantes do agir humano.

Um bom tomador de decisão amadurece com o tempo. Pratica a liderança adaptativa sendo capaz de entender as infinitas situações únicas, irrepetíveis e impossíveis de “manualizar” – justamente o contrário de todos os códigos de programação e da busca de padrões para tomadas de decisões.

A virtude não padroniza, mas sim libera a mente para as infinitas possibilidades não programadas. Abre as portas da criatividade e pode ser ensinada e aprendida. Nos capacita a fazer o que é certo, do jeito certo, porque é o certo. O tomador de decisão necessita, portanto, frequentar a escola da virtude.

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