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Programa pioneiro promove inovação e reduz distância entre academia e mercado

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Foto: divulgação.

Por Geraldo Campos, CEO da Sapienza, e Luciano Bitencourt, jornalista.

Indicadores do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) mostram uma retração preocupante nos investimentos em inovação no Brasil. Considerada apenas a execução de projetos em 2020, houve uma redução de R$ 8,2 bilhões nos investimentos públicos em relação ao ano anterior, com impactos significativos nas universidades e institutos tecnológicos. 

Não por acaso, o cenário também registra uma diminuição significativa de doutores em 2021, cujos números se equiparam ao de seis anos antes. A pandemia de Covid-19 até pode ter ajudado, mas o Relatório de Ciência da Unesco já mostrava a defasagem de investimentos do Brasil em inovação quando comparados aos números globais nos anos que a antecederam.

Uma questão a ser considerada é a falta de aproximação entre a formação de pesquisadores em instituições de ensino e as oportunidades no setor privado. O Centro de Gestão e Estudos Estratégicos, vinculado ao MCTI, estima que apenas 11% dos doutores brasileiros trabalham em empresas. Para se ter uma noção, nos Estados Unidos o percentual é de 42%.

É inegável a importância da pesquisa acadêmica e a relevância do papel que doutores dentro de instituições de ensino assumem em áreas estratégicas. Igualmente importante, a participação de pesquisadores vinculados a instituições de ensino em processos de inovação no ecossistema é essencial para a efetivação de um cenário mais promissor

A Sapienza vem investindo em parcerias para o desenvolvimento do empreendedorismo científico como forma de contribuir com a aproximação entre a academia e o setor produtivo. O Programa Mestre/Doutor Profissional Inovador, iniciado em setembro, faz parte de um acordo de cooperação assinado com a Universidade Federal de Santa Catarina e propõe a transformação de teses e dissertações em projetos inovadores.

Clarissa Stefani, diretora do Departamento de Inovação da UFSC, o Sinova, reconhece no programa uma oportunidade de impactar a cultura das pessoas que buscam formação superior na pós-graduação na perspectiva da inovação e do empreendedorismo.

Empreendedorismo não é só abrir empresa. Não é só ter startup. É também a atitude de um indivíduo que usa seu talento para resolver problemas complexos de forma rápida e assertiva”, explica.

Voltado para mestrados e doutorados profissionais, o programa, pioneiro no Brasil, tem o compromisso de conectar a academia e os demais atores do ecossistema e tornar tangível a qualidade da pesquisa feita em instituições de ensino superior para a inovação e o desenvolvimento econômico.

Na primeira jornada do programa Mestre/Doutor Profissional Inovador, prevista para seis meses, já é possível perceber o potencial de ações empreendedoras latentes dentro da universidade e que dependem de valorização e apoio. 

Amparado pela metodologia e pelas ferramentas da Sapienza já consolidadas em parcerias de empreendedorismo científico, o programa mostra potencial para se somar a políticas e estratégias de governos, instituições de fomento e empresas preocupadas com o atual cenário da inovação no Brasil.

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