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Tendências de transformação do comportamento dos consumidores em 2024

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Foto: Daniel Zimmermann.

Novo relatório do WGSN sobre o Consumidor do Futuro 2024, aponta tendências muito interessantes das transformações no comportamento das pessoas. 

Um fato incontestável é que os consumidores estão mudando. E vão continuar mudando. Para as marcas, nesse cenário de constante evolução, é preciso compreender  as necessidades atuais e equilibrá-las com as exigências do futuro. É preciso um olhar constante e aprofundado para a tomada de decisões efetivas. 

A quantidade de dados gerados no mundo aumenta exponencialmente, num ritmo tão acelerado que quase 90% dos dados disponíveis hoje foram criados nos últimos 2 anos. Esse é um fator que impacta diretamente todas as pessoas, em níveis diferentes, e desencadeia transformações nas relações sociais e no comportamento humano. 

No estudo, os consumidores são divididos em 4 tipos: reguladores, conectores, construtores de memórias e neo-sensorialistas. Um fator em comum a todos os perfis é a necessidade de realinhamento em todos os aspectos, na vida pessoal, nas relações profissionais e com o planeta.

Os Reguladores buscam o equilíbrio na vida pessoal e profissional, e tentam manter o controle diante das situações. Para esse grupo, predominantemente da Geração X, a sobrecarga de dados do mundo atual é difícil de processar. As mudanças constantes no dia-a-dia profissional, aceleradas na pandemia, prejudicam os pontos de referência e prejudicam a capacidade de adaptação ao stress. As pessoas estão mais sensíveis. Para alcançar esses consumidores, é importante ter mais proximidade e praticidade, tanto em termos geográficos (Serviços de “Click And Collect” são um exemplo), quanto tecnológicos (como a capacidade de fazer pedidos por voz.

Os Conectores são os que estão redefinindo o conceito de compartilhamento. Vêem as mudanças como um período de desconstrução criativa que abre muitas oportunidades para o empreendedorismo. Gostam do poder distribuído (DAOs – Organizações Autônomas Descentralizadas são um exemplo de estrutura interessante) e questionam a cultura obcecada com a produtividade e querem ter uma vida mais plena que as gerações mais velhas. Para gerar conexão com esses consumidores, é fundamental ir além do discurso e ter práticas realmente alinhadas com seus princípios, de forma transparente. 

Já os Construtores de Memórias, querem simplificar a vida e aproveitar melhor o tempo, sem se fixar com o perfeccionismo que pode ser tão tóxico para muitas pessoas. Querem se conectar com um passado que produz boas lembranças (consomem produtos retrô, por exemplo) e atuam no presente para diminuir ou eliminar relações negativas, enxugando o rol de relações para ter mais equilíbrio e saúde mental. É um perfil que está redefinindo o conceito de família e repensando modelos de trabalho para ter mais tranquilidade. Querem se relacionar com soluções que aprimorem o cuidado físico e mental, que facilitem a integração de grupos (por exemplo, novos modelos de compras coletivas) e ajudem a sua micro-comunidade. 

E os Neo-Sensorialistas são os que estão na vanguarda e gostam de surfar as ondas de inovação. Consomem as últimas novidades e não tem medo de experimentar. São os consumidores híbridos que já integraram totalmente o mundo físico e o digital, e são exigentes com fatores tecnológicos que aprimoram suas vidas. Querem a descentralização de tudo, adotam novas tecnologias e já superaram completamente a pandemia. Estão olhando para o futuro. São agentes de transformação e influência para seus pares, e atuam efetivamente para acelerar as mudanças através da Economia Criativa. Querem soluções tecnológicas que resolvam problemas reais de forma mais justa. 

E, em relação aos sentimentos dos consumidores, foram mapeados 4 grandes tendências: Choque com o Futuro, Excesso de Estímulos, Otimismo Realista e Encantamento.

No Choque com o futuro, as pessoas estão cada vez mais apreensivas com a aceleração de mudanças tecnológicas e seus impactos na sociedade.A ideia de que o ser humano é multitarefa é um mito, mas as pessoas ainda tentam perseguir essa capacidade inatingível, com consequências negativas, déficit cognitivo e erros. A percepção de tempo está cada vez mais acelerada, e isso gera impactos profundos. 

Além disso, vivemos um excesso de estímulos. As pessoas estão sempre conectadas, assistindo vídeos cada vez mais curtos e com movimentos rápidos. As telas excitam, mas acabam atenuando as conexões verdadeiramente humanas. 

Você já percebeu que essa aceleração constante parece não ter fim?

Isso gera uma sobrecarga sensorial que não conseguimos processar devidamente. 

Como contra-tendência, as pessoas podem adotar práticas para diminuir o ritmo. Movimentos de slow-technology começam a ganhar espaço. 

Por outro lado, como contraponto à positividade tóxica, que já foi tônica e ainda permanece, temos um Otimismo Realista. Isso significa buscar por propósitos mesmo em meio às tragédias da existência humana, que são inevitáveis. Para isso, entra em cena a cultura da superação. É importante imaginar um mundo melhor, em vez de simplesmente tentar consertar o que está quebrado. Um sentimento que surge nesse contexto é o FoNo, o “Medo do Normal”, que aponta um sentimento positivo em relação a progressos obtidos após a pandemia, em relação ao combate às desigualdades, à sustentabilidade e a um melhor nível de qualidade de vida para todos. 

E, por último, o Encantamento. Uma sensação de arrebatamento que as pessoas sentem quando se conectam com algo poderoso e inexplicável. O encantamento é algo que inspira e une as pessoas ao redor de um propósito maior. Em momentos de reconstrução como o que vivemos, é importante ter essa sensação. É necessário termos antídotos à toda ansiedade gerada pela aceleração dos nossos tempos. Contemplar, meditar, sentir o cheiro das flores, diminuir o stress para poder dar conta de tudo que nos cerca. O encantamento desacelera a percepção do tempo, gera sensações positivas e cria condições para conexões profundas. 

As marcas, para 2024 e para o futuro, precisam compreender profundamente esse novo momento do comportamento dos consumidores, analisar como cada tendência pode ser utilizada para ajustar estratégias, e agir para criar conexões emocionais mais fortes com as pessoas. 

Uma certeza é que a mudança vai continuar acontecendo, veremos várias tendências influenciando o comportamento das pessoas, e várias modas surgindo e desaparecendo. E quem conseguir se adaptar melhor, vai conseguir envolver, conectar e engajar as pessoas para gerar mais e melhores negócios para todos. 

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Estrategista de marcas, especialista em inovação de marketing, fundador da Nexia Branding e sócio-fundador do Fluxo.

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