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4 desafios no uso de dados em gestão de pessoas para empresas

Foto: divulgação.

Os conceitos de cultura, bem-estar e saúde mental apresentam-se com cada vez mais força na organização de empresas, principalmente no setor de tecnologia.

Há uma preocupação crescente da área de gestão de pessoas, recursos humanos e da direção, em manter o colaborador engajado por meio da estruturação de ambientes acolhedores, que não somem aos estresses comuns do dia a dia.

Nesse contexto, o people analytics, metodologia que usa dados e metrificações para perceber padrões em grupos de pessoas nas organizações, passa a ser uma ferramenta que ajuda a entender como está o clima organizacional da empresa e avaliar se as ações, como benefícios e alinhamentos, são realmente efetivas. 

A aplicação do conceito de people analytics ainda traz dúvidas importantes sobre a melhor forma de aplicação, quais questões levantar aos funcionários ou lideranças e a partir de que momento da empresa já é possível pensar em dados, por exemplo.

Também é um desafio saber como tangibilizar questões humanas que são abstratas, mas também podem ser experiências coletivas da empresa.

Iara Sobrinho, psicóloga e fundadora da Floway, empresa que mede bem-estar e segurança psicológica nas organizações, elencou quais são os principais desafios para o uso de dados na gestão de pessoas. 

Transformar sensações e tendências em números

Dados não mentem, mas também não sentem. Por causa disso, tangibilizar elementos abstratos e humanos de um grupo deve ser um processo cuidadoso para que a prática não seja “reducionista”. É difícil achar metodologias validadas que tragam dados conclusivos no Brasil. As empresas acabam arriscando testes com pouca validação científica. Ainda assim, existem estudos que direcionam as perguntas a serem feitas em diferentes instâncias da empresa conforme as respostas buscadas que ajudam no processo de coleta de informações.

Cultura profissional

Entre os profissionais que estão na área de recursos humanos, ainda há efeitos de uma velha máxima brasileira: aquela que afirma que pessoas em ciências humanas não são boas em matemática. Isso tende a afastar profissionais, como psicólogos, da coleta de dados no dia a dia. Esta crença pode ser superada nos departamentos de gestão de pessoas com apoio de pessoas com experiência em coleta de dados, sejam consultorias, desenvolvedores e outros.

Plataformas de leitura de dados

A apresentação dos números é essencial para a total compreensão dos seus significados. Por isso, sem plataformas específicas que trazem os dados de forma explicativa, e de preferência com recursos visuais, o trabalho fica limitado. A equipe que fará a coleta deve ter clareza sobre a metodologia e se apropriar de ferramentas que facilitem a explicação dos resultados. Mostrar os dados em reuniões, com espaço de interação e perguntas, é uma estratégia que tende a funcionar.

Percepção dos colaboradores sobre a área de RH

Ao responder perguntas para a gestão de pessoas da empresa, os funcionários podem enviar respostas enviesadas quando não se sentem seguros para dizer o que sentem. Se há desconfianças de que isso possa acontecer, é interessante trazer serviços de levantamento de dados especializados que não estão diretamente ligados a empresa. Essas consultorias conseguem coletar dados da forma mais imparcial possível, com recursos de anonimização, que despersonaliza as respostas, aumentando a segurança para os respondentes e melhora os resultados. 

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