Recentemente, uma pesquisa da KPGM com mais de mil lideranças ao redor do mundo apontou que, para 72% delas, investimentos em inteligência artificial são prioritários.
Esse movimento, especialmente em períodos de conclusão de planejamento orçamentário, pode dar o tom a muitas decisões nas empresas, na expectativa de estar por dentro das tendências e da evolução do mercado.
Não discordo deste objetivo: como liderança de uma empresa de tecnologia, vejo que a IA veio para mudar muitas iniciativas, agilizar processos e transformar a forma como atuamos. E, ao mesmo tempo, acredito que ela pode escancarar outros problemas que, muitas vezes, os profissionais tentam esconder “embaixo do tapete”.
Para mim, que estou à frente de times que precisam de hard skills bem desenvolvidas, como o conhecimento técnico em TI, é muito claro que um olhar voltado apenas para esse fator não é assertivo. Tecnologia e conhecimento técnico sempre serão fundamentais, mas nunca serão uma finalidade por si só – a IA, assim como outras tecnologias, é meio e não fim.
Inteligência artificial, sistemas cada vez mais complexos e eficientes são importantes e cruciais para o crescimento do negócio, desde que, por trás dessas inovações, haja pessoas preparadas para crescer e evoluir com o mercado.
É aí que entram as soft skills, as características que nos definem como humanos em nossa essência e que nos tornam realmente insubstituíveis na comparação com a máquina. A sua criatividade, capacidade de resolução de problemas, resiliência, vontade constante de aprender são coisas que não podem deixar de existir. Sem essas características, nenhuma inteligência artificial é usada para impulsionar um negócio. Afinal, é o comando nos bastidores da máquina que faz a roda girar.
E desenvolver as soft skills exige de nós um comprometimento constante. Desde antes da pandemia, por exemplo, nosso time vem atuando em home office. Manter o engajamento é muito mais desafiador e criar networking e relacionamentos duradouros também. É possível? Sem dúvidas, desde que estejamos dispostos a sair da nossa zona de conforto.
Com 2023 chegando ao fim e as tradicionais listas de desejos do próximo ano ganhando forma, eu sugiro a você que busca crescer na carreira, dar uma atenção especial às suas soft skills. O que você tem feito para desenvolvê-las? Está pronto para ser aquele profissional que cria soluções e não problemas? É esse o tipo de perfil que as empresas buscam e que será essencial para que os investimentos em IA sejam assertivos.
Portanto, use a tecnologia, ela é crucial. Mas não se apoie nela pensando que será o suficiente para o seu crescimento. Faça por você, seja um diferencial pelas suas próprias características.