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Por que o PIX é um caso de sucesso e pode inspirar outros países?

Crédito: Max Schwoelk

Por Fernando Nunes, co-fundador e CEO da Transfeera.

Pix é considerado um caso de sucesso no Brasil por diversos motivos. No mundo, o sistema também é fonte de inspiração para outros sistemas financeiros. Primeiramente, sua interoperabilidade, sua facilidade e praticidade na realização de transações financeiras são incomparáveis. Com o Pix, é possível realizar pagamentos instantâneos, 24 horas por dia, 7 dias por semana, sem a necessidade de intermediários. Isso proporciona uma experiência rápida e conveniente para os usuários, eliminando a espera e os horários restritos dos serviços tradicionais.

A segurança é um ponto chave, no Pix, a proteção é avançada. Todas as transações são feitas por mensagens assinadas digitalmente e criptografadas em uma rede apartada da Internet, dentro do Sistema Financeiro Nacional (SFN). Os Diretórios de Identificadores de Contas Transacionais (DICT), que armazenam as chaves Pix, possuem dados criptografados e outros mecanismos de proteção contra varreduras e fraudes. 

Outro fator que contribui para o sucesso do Pix é a forma com a qual ele foi implementado pelo Banco Central. O sistema foi de implementação obrigatória para uma quantidade relevante de entidades reguladas e adotado, de forma voluntária, por diversas instituições financeiras e empresas, o que trouxe as entidades para dentro do novo ambiente e proporcionou que novos competidores aderissem ao sistema sem grandes dificuldades. Tudo isso com foco em conveniência e experiência para os usuários. 

O Pix apresenta benefícios para o comércio e a economia em geral. Com transações mais rápidas e eficientes, as empresas podem receber pagamentos de forma imediata, o que contribui para a melhoria do fluxo de caixa e redução de custos. O Pix possibilita a inclusão financeira, permitindo que mais pessoas tenham acesso aos serviços bancários e realizem transações de forma segura e prática.

De acordo com pesquisas recentes, o uso do Pix tem aumentado significativamente no Brasil. Segundo dados do Banco Central, em 2022, o Pix foi a principal forma de pagamento usada no país, atingindo 29% de todas as transações registradas. Em 2021, foi de 16%. Esses resultados demonstram a crescente confiança dos usuários no sistema e a sua aceitação no mercado financeiro.

Embora o Pix internacional ainda esteja em desenvolvimento pelo Banco Central, não é só o Brasil que conta com sistemas de pagamento instantâneo. Atualmente, cerca de 50 países possuem suas próprias tecnologias com as mesmas finalidades que o nosso Pix. O Faster Payments Service (FPS), do Reino Unido, tem alta adesão pela população e existe desde 2008. Já nos Estados Unidos, existe o FedNow, lançado neste ano, que permite pagamentos instantâneos e pode ser utilizado tanto por pessoas físicas quanto empresas. Além desses, ainda existem outros como New Payments Platform (NPP), na Austrália; Internet Banking Payment System (IBPS), na China;  Zengin, no Japão, entre outros. 

O pagamento instantâneo existe em outros lugares do mundo, assim como no Brasil, e para mim, o mais importante é a troca e o aprendizado contínuo, porque os países podem se inspirar uns nos outros a fim de melhorar suas próprias tecnologias. Com o Pix, podemos dar exemplo em facilidade, segurança e ampla adoção. Assim como podemos aprender com outras nações que há anos já desenvolvem esse tipo de solução, criando um grande ecossistema de inovação em pagamentos e quem sabe teremos um dia um sistema mundial de pagamentos instantâneos, que ligue todas as iniciativas individuais com o objetivo de facilitar transações.

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