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Primeira fazenda marinha de SC a cultivar comercialmente macroalga apresenta trabalho na COP 28

Foto: Divulgação

A 28ª Conferência de Mudanças Climáticas (COP 28), da Organização das Nações Unidas (ONU), ocorre até o dia 12 de dezembro, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. Trata-se da principal cúpula da ONU para debate sobre questões climáticas.

O Brasil marcou presença na COP 28. Mais de 100 lideranças empresariais, em especial da indústria, prestigiam a conferência. Empresas catarinenses tiveram a oportunidade de apresentar ao mundo o que estão fazendo para conter as mudanças climáticas e também para fazer negócios. Entre as presentes no evento estão a JBS, BRF, WEG, Engie e Krona.

Algas Brasil na COP 28

O deputado estadual Jair Miotto (União Brasil), que é presidente da Comissão de Economia, Ciência, Tecnologia e Inovação, da Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina (Alesc), destaca a participação da empresa Algas Brasil na COP 28. Localizada no Ribeirão da Ilha, em Florianópolis, a é a primeira fazenda marinha de Santa Catarina a realizar o cultivo comercial da macroalga Kappaphycus alvarezii. 

O grupo foi formado pelos CEOs, Aldair Júnior e Sandra Anversa, pelo diretor de negócios, Adriano Cláudio, pelo diretor de produção, Gabriel Santos, e pelo diretor de P&D, Brener Marra.

A participação se deu depois do convide feito por um programa de uma empresa ligada ao governo escocês e à ONU que trabalha identificando startups no mundo, que tenham um produto e um serviço que impactem, positivamente, o meio ambiente, principalmente, relacionado à questões climáticas e ao carbono zero. 

O diretor de negócios, Adriano Cláudio, fez apresentação de um trabalho durante a COP 28:

Fomos convidados a apresentar as soluções da Algas Brasil, através do plantio da alga e aplicações geradas. No Brasil, apenas três empresas participaram. A Algas Brasil foi a única empresa de algas e a única empresa que consegue trabalhar nas duas frentes: na linha da agricultura, com foco na regeneração do solo e da vida marinha e também na questão do carbono zero”.

De acordo com ele, a participação foi muito positiva, tanto para ter uma ideia da relevância do evento, quando na questão do impacto que o produto da Algas Brasil  gera e a contribuição com o mundo:


Tivemos contatos com empresas, desde investidores, até potenciais clientes de várias regiões do mundo, Estados Unidos, Inglaterra, Índia. Isso mostra que estamos no caminho mais do que certo, pois pessoas que estão muito à frente da informação e visão do que o mundo precisa fazer e onde ele quer chegar, conseguem perceber que o nosso produto encaixa como uma luva nessa caminhada e no alcance desse objetivo”.

Desde o início do cultivo comercial, a Algas Brasil tem procurado buscar expandir o mercado e a qualidade do serviço. Segundo o diretor de produção, apesar do alto volume de chuva registrado no estado, a perda foi pequena. O processamento das algas começou em novembro.

A safra 2023/2024 da Algas Brasil está com 31 produtores cadastrados, fornecendo algas para a empresa. Até o fim da safra 2024, que deve ocorrer em junho/julho, devemos produzir em torno de 600 a 700 mil litros de extrato de algas. Para isso, a Algas Brasil comprará 600 toneladas de algas dos produtores”, revela Santos.  

A macroalga produz a carragenana, usada como espessante pelas indústrias farmacêuticas, cosmética, química e alimentícia. A liberação do cultivo comercial da macroalga Kappaphycus alvarezii é recente em Santa Catarina, ocorreu em janeiro de 2020. Até então, só era concedida aos estados do Rio de Janeiro e São Paulo.

O estado encerrou, em julho, a segunda safra da macroalga Kappaphycus alvarezii. O cultivo foi destinado, principalmente, à indústrias de biofertilizantes. Mas, segundo o pesquisador do Centro de Desenvolvimento de Aquicultura e Pesca (CEDAP), da Epagri, Alex Alves dos Santos, o uso vai muito além. A produção de biofertilizante ainda é o carro chefe, mas a Epagri está com uma parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) para desenvolver pratos a base de algas, realizando oficinas para a indústria alimentícia, visando incluir a alga na produção de pães, pizzas e bolos.

Para 2024, vamos realizar a captação de recursos para financiar os estudos para elaboração de cosméticos a base alga, como cremes, produtos de cabelo. Este será o desafio para o próximo ano. São ações para que o produtor não fique dependente apenas do biofertilizante”, detalha.

A safra 2022/2023 da macroalga em Santa Catarina foi de 300,35 toneladas, representando um aumento de 193,56% em relação à safra 2021/2022.

Atuaram diretamente na produção 22 agricultores. O número representa um aumento de 450% em relação à safra anterior, que contou com quatro agricultores.

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