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Como iniciativas de fomento à saúde mental atuam na segurança de pessoas e negócios

Foto: alexdndz/AdobeStock

No senso comum, entendemos que lidar com empresas é lidar com números e resultados. Mas há certo tempo, especialistas têm nos apontado um ator importante dentro de todo esse processo, que parece óbvio mas costuma ser esquecido: as pessoas.

Estar à frente de um negócio requer muito mais do que se calcula, custando a saúde mental e, por consequência, interferindo no resultado do negócio a longo prazo. É o que indica a pesquisa realizada pelo Startup Snapshot, onde 72% dos fundadores participantes relataram que iniciar o próprio negócio teve um impacto negativo na  saúde mental, porém, menos de 20% falam abertamente sobre estresse ou ansiedade. 

Com o intuito de modificar esse cenário, a Darwin Startups implementou desde a primeira turma de seu programa de aceleração o acompanhamento psicológico com profissionais especializados, atualmente o programa está em sua 14 ᵃ edição.

Quando relacionados a startups que estão em fase de grande desenvolvimento, como os processos de aceleração, os números são ainda piores: 23% procuram ajuda psicológica especializada e apenas 10% se sentem confortáveis em falar sobre vulnerabilidades com seus potenciais investidores, por temer uma declinação da proposta.

Leandro Aragon, especialista de pessoas da Darwin, explica sobre a importância de ter esses acompanhamentos pela visão de quem está inserido nesse contexto corporativo:

Temos mais de 250 pessoas atendidas, ao redor de todo o país, muito por conta da busca de criar esses espaços de vulnerabilidade, propondo um local de confidencialidade e sem julgamentos. É preciso essa relação de confiança para que eu consiga, junto a esses fundadores, trabalhar com os cenários e ferramentas que cada um apresenta e auxiliá-los ao longo de toda a jornada na busca de mais resultados individuais, coletivos e organizacionais“.

Parte do trabalho dos psicólogos que compõem o time da aceleradora é entender o perfil de cada fundador, como lidam com mudanças, conflitos, o que os move, quais bloqueios eles identificam, qual o nível de esgotamento mental e outros fatores que ajudam o profissional a conduzir as sessões e entregar um acompanhamento que faça sentido para aquele fundador. Momentos de dissolução societária ou de parcerias, por exemplo, são situações em que ter o apoio especializado para lidar da melhor forma faz a diferença.

Durante a nossa jornada com a Darwin, precisei passar por um processo de dissolução societária e se não tivesse o apoio da Darwin com o psicólogo que conhecia o perfil dos três envolvidos, provavelmente teríamos um imbróglio e a situação teria sido muito mais desgastante profissional e mentalmente“, comenta Luiz Penha, fundador da NextCode e participante da quinta turma do programa de aceleração.

Liana Chiaradia, especialista em saúde mental e co-fundadora da Guia da Alma, plataforma de terapias complementares como benefício corporativo, aponta que o estímulo à saúde mental nas empresas começa pelo exemplo:

Falar de saúde mental ainda é tabu para muitas pessoas e isso se reflete no ambiente de trabalho. Quando o CEO quebra essas barreiras por meio de ações, é capaz de transformar a cultura organizacional e influenciar a equipe para um melhor equilíbrio da vida pessoal e profissional“.

IMPACTO

Ao optar por uma abordagem humanizada, do início até o processo de desaceleração, e o incentivo à práticas de descompressão, a tendência é impactar positivamente a saúde das pessoas e dos negócios a longo prazo. 

Várias pesquisas mostram que quando uma pessoa faz uma pausa, ela recarrega as energias. Ter um hobby melhora o humor, a satisfação, e gera boas ideias. Além do impacto na saúde, os momentos de descompressão fazem com que a volta ao trabalho seja leve, com mais foco, inteligência emocional, melhor comunicação e resiliência para lidar com desafios“, complementa Liana

Um dos apontamentos da pesquisa realizada pelo estudo é que o retorno de capital é favorecido em processos mentalmente saudáveis. Além disso, indica que negócios liderados por pessoas com transtornos relacionados à mente, como depressão, bipolaridade, casos graves de ansiedade entre outros que tendem a surgir em cenários de estresse e esgotamento mental, enfrentam dificuldades de evolução e consequentemente, de retorno financeiro.  

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