O transporte rodoviário de cargas (TRC) é um dos principais modais logísticos do país, representando mais de 64% da matriz do transporte de cargas no Brasil, conforme dados divulgados pela Confederação Nacional de Transportes (CNT).
Além disso, desafios como o preço do diesel e a ociosidade da frota impactam diretamente na eficiência e rentabilidade do setor para 82,3% dos empresários, que afirmaram que o valor do combustível é uma das maiores dificuldades.
Já a ociosidade de carga é um problema que atinge quase metade da frota que opera em roteiros interestaduais, conforme último levantamento do Instituto Paulista de Transporte de Carga (IPTC), ou seja, 5 em 10 caminhões circulam com cargas abaixo de sua capacidade.
Diante desse cenário, o Carga Cheia, uma startup do Grupo Verante, surgiu com o propósito de promover o match entre transportadoras e embarcadores, que são as empresas que precisam enviar ou retirar cargas.
David Atalla, gerente de operações da startup, explica que a plataforma vem para conectar transportadoras com frota que está rodando com ociosidade e embarcadores com a necessidade de envios de carga:
“Nosso objetivo é trabalhar o complemento de carga de maneira legal, segura e eficiente, conectando os elos: embarcadores e transportadores através de roteiros preexistentes e complemento de cargas. Reforçamos que a plataforma não é uma concorrente de transportadoras e, sim, uma parceira para promover oportunidades de novos negócios. Além do aumento de receita das transportadoras, estamos falando de redução de custos para as embarcadoras e aumento da eficiência operacional, indicando benefícios ao meio ambiente com a redução do número de caminhões circulando e do consumo de combustível. Essa conexão proporcionada pela nossa plataforma contribui ainda para otimizar os processos de logística reversa e trazer mais efetividade às políticas de ESG das indústrias. Uma solução sustentável em todos os aspectos: ambiental, financeiro e logístico”.
Klayton Martins, CEO do Carga Cheia e vice-presidente do Grupo Verante, destaca os ganhos operacionais que estão relacionados ao uso da plataforma:
“Há uma previsão de melhoria da eficiência operacional em até 20% para a indústria tomadora desse serviço, sem falar da melhoria de produtividade interna das transportadoras parceiras. A questão do ESG também vem muito forte nesse trabalho, pois a partir do complemento de carga é possível otimizar a logística reversa – o que poderia ser descartado de maneira imprópria, degradando o meio ambiente, é levado de volta à indústria sem prejuízo da logística”.
De acordo com estimativa da empresa de tecnologia, o envio de insumos via complemento de carga pode representar uma redução média de 30% no custo do frete para as indústrias. Já para as transportadoras, o aumento de receita pode variar, em média, de 15% a 20%.