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O passeio ciclístico de Pomerode que virou rota internacional

Foto: divulgação.

Quando sua loja de bike completou 10 anos, Hilário Rocha decidiu comemorar criando um passeio ciclístico para reunir amigos e moradores da pequena Pomerode, a cidade mais alemã do Brasil. Ele só não imaginou que, na época, a novidade teria tanta repercussão. Mais 10 anos se passaram e hoje ele promove uma da maiores competições de Mountain Bike do Brasil, o Desafio dos Rochas. Para conhecer um pouco mais dessa história, conversei com o idealizador do evento, que já teve destaque até na TV internacional, e atrai atletas de vários países.

Como surgiu a ideia de criar a prova?

O Desafio dos Rochas surgiu do desejo de realizar um passeio ciclístico em comemoração aos 10 anos da nossa loja Twins Bike, em 2013. A intenção era levar os amantes da bike a conhecerem os recantos e montanhas na cidade mais alemã do Brasil, Pomerode/SC. Porém, a partir da publicação nas mídias digitais, surgiu uma repercussão maior do que imaginávamos com muitas pessoas perguntando onde seria esta prova. Com isso iniciamos o planejamento de realizar um evento de mountain bike totalmente diferente do que existia para á época, juntando todas as modalidades do Mountain Bike, o Marathon, Cross Country, Up Hill e o Down Hill dentro da mesma competição, com uma altimetria e distância no nível das provas internacionais dentre outras novidades na estrutura de prova, como 8 pontos de abastecimento com água, frutas, fisioterapia, estrutura de comunicação e resgate inovador, e até um ponto com distribuição de chope, para marcar ainda mais a tradição da cidade dentro da prova. Assim, voltado mais para um desafio pessoal do que simplesmente um campeonato se desenhava o Desafio dos Rochas. Junto a isso tudo, com a ideia de promover o encontro de ciclistas, amigos e seus familiares, uma feira bem diversificada e mostrando a todos as nossas tradições, a cultura e gastronomia típica pomerana. Em 13 de abril 2013, aniversário da loja, surgiu o primeiro Desafio dos Rochas. Para marcar estes 10 anos lançamentos o documentário Desafio dos Rochas, uma série que já começou a ser exibida no nosso canal do YouTube. Lá estão relatos, bastidores e curiosidades que os competidores e público muitas vezes não ficam sabendo. Foi uma forma de agradecer e também compartilhar momentos tão emocionantes que vivemos até aqui.

Qual a dimensão do evento a nível internacional?

Desde 2017 começamos a receber estrangeiros no evento. O auge foi em 2019 quando também o evento conquistou espaço em mídias de TV, através do Canal OFF sendo transmitido em canais na Europa. Já passaram pelo evento atletas da Argentina, Uruguai, Paraguai, Canadá, Alemanha, Itália, Portugal e Nova Zelândia. Do Brasil atingimos 16 estados, neste momento temos a intenção principal de atingir mais estados brasileiros e, posteriormente, expandir para fora do Brasil, principalmente devido uma questão burocrática de segurança e respaldo a atletas estrangeiros por se tratar de um esporte radical e de alto risco.

Como o evento, ao longo dos anos, movimentou a economia de Pomerode? Qual o impacto que gera na cidade?

Até 2023 o evento era realizado em dois dias, porém temos muitos atletas que aproveitam a vinda para trazer a família, para visitar a cidade, ficando de dois dias até uma semana em Pomerode. Conseguimos gerar uma movimentação em toda rede hoteleira da cidade e cidades vizinhas, gerando fluxos em pontos turísticos, bares restaurantes, supermercados, farmácias, postos de combustível, pontos de vendas de fábrica e muito mais. Temos uma média de 910 atletas inscritos em 9 edições e uma estimativa média de 2 acompanhantes por atleta. Calculamos uma média de valor deixado no município de R$ 450 por atleta inscrito, e se considerar a inscrição que custa em média R$ 300, temos R$ 750 por atleta (não considerando acompanhantes e público presente). Tendo em conta este cálculo, o evento injetou aproximadamente R$ 682.500,00 somente de atletas, por edição, na economia local durante sua realização. Há ainda os gastos diretos de mais de R$ 123.142,00/ano em taxas, alvarás, produtos e serviços de empresas da cidade para a realização do evento, adquiridos pelo organizador.

Quais são os critérios para definir a rota da prova? O que muda a cada ano?

Buscamos principalmente o interior do município, passando por caminhos com histórias antigas entre famílias e comunidade. Todo ano mudamos os roteiros buscando explorar um pouco de cada canto da cidade e trazemos novos desafios aos atletas, sem contar os visuais que são de tirar o fôlego e pouco conhecidos.

Completando 10 anos da prova especificamente na cidade mais alemã do Brasil, como veem a prova daqui 10 anos? Quais são os próximos passos (ou as próximas pedaladas)?

O nosso maior desafio a cada edição é conseguir surpreender os atletas e público presente, com principais objetivos em termos de buscar inovações, parceiros e atrações para engrandecer o evento. A expectativa é trazer a cada edição um evento mais completo para atletas e buscar atingir e trazer a comunidade para dentro do evento e conhecer mais de perto o fascinante mundo do esporte do pedal.

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Fundadora do Economia SC, 3 vezes TOP 10 Imprensa do Startup Awards e TOP 50 dos + Admirados da Imprensa em Economia, Negócios e Finanças.

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