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Escola cooperativa de SC ensina a cooperar na prática

Foto: divulgação.

Quando se fala em cooperativismo, as cooperativas financeiras e agrícolas costumam figurar entre as principais notícias.

Mas os ramos do movimento se adaptam às mais diversas dimensões da sociedade, e a educação, tão fundamental para a construção do futuro que sonhamos, está entre elas.

Santa Catarina é exemplo nacional desta aplicação com a Cooperativa Educacional Magna (CEM) em Concórdia, Oeste do estado. O Colégio CEM é uma cooperativa de trabalho, em que os educadores são os cooperados.

Quando um espaço educacional é uma cooperativa, isso não se resume apenas a um formato diferente de administração, restrita aos bastidores.

O Colégio CEM abraçou de forma única o compromisso de transmitir os princípios do movimento aos alunos e à comunidade: não há como entrar na escola sem tomar conhecimento de que se trata de uma cooperativa.

Para que alunos da Educação Infantil até o Ensino Médio pudessem entender na prática noções de cooperativismo e cidadania, o colégio criou a Minicidade Cooperativista, uma estrutura inaugurada em 2007 e que cresce desde então.

O projeto é um espaço físico de cerca de 800 metros quadrados, no coração da escola, que reproduz regras de trânsito e tem também pequenas construções. As minicasas representam instituições como cooperativa financeira, câmara de vereadores e casa da ciência.

Nada está ali à toa: em cada um desses espaços se desenrolam atividades que vão além do lúdico. Eles funcionam como laboratórios, em que os conteúdos da sala de aula podem ser trabalhados presencialmente.

O aprendizado é adaptado para a idade do estudante, mas nada é “de mentira”. Os alunos administram dinheiro de verdade na cooperativa de crédito montada na escola, ainda que em quantidades simbólicas.

E os administradores da minicidade, prefeito e vereadores, são alunos que se candidataram, receberam votos e se comprometeram a cumprir planos de governo.

A presidente da cooperativa, Elizeth Pelegrini, explica que, quanto menores os alunos, mais literal precisa ser a essa interação.

As crianças do maternal, por exemplo, já cruzam o espaço da minicidade para aprender a atravessar na faixa de pedestres. Quando são mais velhos, a experiência pode ficar mais abstrata.

É o que acontece com os alunos do 7º, 8º e 9º anos, que participam da Minicidade On, um projeto de marketplace da disciplina de empreendedorismo.

Os produtos e as vendas são reais, baseados em um plano de negócio, e o comércio gera recolhimento de impostos para a própria minicidade.

Este laboratório da vida real cria uma experiência rica como poucas, ao preparar os estudantes para os desafios da fase adulta, que por vezes passam longe dos temas da grade curricular nas escolas.

A minicidade é resultado de um projeto educacional único, considerado inspiração para outras instituições de ensino no país, sejam cooperativas ou não.

A iniciativa recebeu o primeiro lugar em Comunicação e Difusão do Cooperativismo no Prêmio SomosCoop de 2018.

Eu tive a oportunidade de conhecer este projeto em detalhes ao escrever o meu terceiro livro da trilogia Coopbook – Cooperativismo de A a Z, que reúne soluções inspiradas pelo movimento.

Esta é uma das tantas histórias que, pelo seu alto potencial transformador, fazem o meu entusiasmo pelo cooperativismo se renovar a cada dia.

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CEO de cooperativa de crédito, autor de livros sobre cooperativismo e Influenciador Coop do Sistema OCB.

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