Recentemente estive na Universidade Federal de Santa Catarina, no campus Joinville, para falar sobre oratória para um grupo de alunos e convidados. Antes da palestra, já em sala de aula, conversava com um professor sobre o futuro da comunicação. Papo vai e papo vem, chegamos no tema TikTok.
Ele me relatava que o filho, de 12 anos, gostaria de ler um livro indicado por um influencer presente nesta rede social que compartilha vídeos curtos. O adolescente não assiste TV e nem lê jornais, segundo testemunho do próprio pai. O filho consome conteúdos no computador e no celular próprio. E os mais acessados são os da rede Byte Dance, a dona do TikTok no Brasil.
O fato é que, todos nós, consumidores ou não, pais ou filhos jamais deveremos ignorar essa ferramenta social e que deixou de ser apenas de dancinha há muito tempo.
Levantamento feito pela FGV revela que o Brasil possui, já em 2023, cerca de 242 milhões de smartphones, é mais de um aparelho por habitante. Isso, segundo a Fundação Getúlio Vargas, refere-se apenas aos dispositivos ativos em todo o território brasileiro.
A forma atual de comunicar nos obriga a ter produções em formatos que atendam a expectativa do usuário que navega pela rede móvel, como o celular.
Mas por que estar lá, também, em uma rede formada por crianças e jovens em sua maioria? Dou três motivos para isso.
Primeiro: a era da imagem. O TikTok, assim como outras redes, prioriza conteúdos produzidos em vídeos para prender a atenção de seus usuários. As gravações curtas caíram no gosto do consumidor, já há algum tempo.
Ninguém tem tempo ou paciência para ver algo que dure mais de dois minutos, em uma tela de 4 a 5 polegadas. E a geração Alpha, que nasceu a partir de 2010, quer tudo para ontem.
Segundo: o público que está no Tik Tok hoje, pode ser o seu consumidor amanhã. E se é preciso nutrir minha audiência, está aí uma estratégia que não podemos adiar.
Terceiro: a marca mais valiosa do mundo. Isso mesmo. Também em 2023, o TikTok ocupou a posição que era do Facebook. Terminou o primeiro semestre do ano passado valendo US$ 65 bilhões, segundo reportagem da Forbes.
Quem tem 10, 11 ou 12 anos atualmente, vai crescer vendo a sua marca, ouvindo sobre as suas habilidades e quando for adulto e precisar dos mesmos serviços, você terá a chance de ser lembrado por este público.
2024 já começou. Ainda dá tempo de planejar o seu ano com uma estratégia de ficar cada vez mais próximo dessa comunidade – que um dia – poderá ser o consumidor.
Ofereça vídeos curtos para as redes – podem ser educativos, informativos ou motivacionais. E claro, não esqueça das técnicas da Oratória para ter uma comunicação mais assertiva também com quem te vê e assiste no TikTok.
Lembre-se: as pessoas estão cada vez mais conectadas, e assim como as grandes marcas, os grandes profissionais também precisam ter conexão com quem está nas mais variadas plataformas.
Eu não tenho idade para o TikTok. Mas também estou lá.