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O uso estratégico da IA

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Foto: Daniel Zimmermann/divulgação.

Depois de um período inicial de experimentação com ChatGPT, MidJourney e outras ferramentas, você incorporou a IA ao dia-a-dia das operações?

Conseguiu aprofundar a aplicação dessa nova tecnologia de forma estratégica? Se você não estiver fazendo isso, pode ter certeza que algum concorrente pode estar fazendo. 

É importante reforçar: A inteligência artificial é uma tecnologia de transformação de paradigmas, do nível da Energia Elétrica. E, muito mais do que a eletricidade, a inteligência artificial abre oportunidades estratégicas infinitas. Para as empresas que souberem aplicá-la com inteligência. 

A grande mudança de paradigma: É a soma da Inteligência humana com a inteligência artificial é a receita pro sucesso. A IA sozinha não é panaceia, e vamos precisar de seres humanos cada vez mais capacitados para extrair o máximo desta nova ferramenta.

E isso pode fazer uma diferença fundamental não só para as empresas, mas para os países. Neste momento, Estados Unidos e China despontam como os líderes no desenvolvimento de IA no mundo. Os Estados Unidos sempre lideraram as novas ondas tecnológicas. Mas como que a China conseguiu ter tanto avanço em uma área tão complexa?

Em 2014, o governo da China tomou a decisão estratégica de não medir esforços para transformar o país em líder na tecnologia. E, em menos de 10 anos, revolucionou a área em todos os sentidos. E hoje tem 6.600 Pólos de Inovação no país. Para alcançar essa transformação, a revolução da IA chinesa se apoia em 4 pilares:

  • Atitude empreendedora extremamente agressiva. Os empresários de tecnologia agem muito mais rápido do que os norte-americanos, num ambiente competitivo muito mais voraz. 
  • Abundância de dados, porque a China capta muito mais dados com muito mais profundidade do que qualquer país do mundo
  • Capacitação técnica de alto nível: investimento nas universidades, na criação de cursos específicos e na conexão com a indústria
  • Investimento público de longo prazo, não se preocupando com prejuízos iniciais, e sim focando nos crescimento total do mercado e no desenvolvimento da base tecnológica nacional

Além disso, as grandes empresas de tecnologia chinesas, Baidu, Alibaba e Tencent fomentam o desenvolvimento do mercado. Isso cria um cenário extremamente favorável para o crescimento exponencial da capacidade competitiva da China na área. Um novo gigante da tecnologia está  ameaçando a hegemonia dos Estados Unidos. 

O modelo chinês precisa ser usado como referência no Brasil, para evoluirmos no uso de IA além do ChatGPT e realmente transformarmos o Brasil em um grande polo de desenvolvimento tecnológico de Inteligência Artificial. 

Será que conseguiremos construir os mesmos pilares que a China criou para ter sucesso? Eu acredito que é possível, mas é preciso ter vontade política e o alinhamento da iniciativa privada, da academia e do mercado como um todo. 

E você? Consegue visualizar o Brasil como um polo global de desenvolvimento de IA? O que precisaremos fazer em nível estratégico nacional para termos relevância no novo contexto global a partir do desenvolvimento da IA? Vamos ser produtores e desenvolvedores de novas soluções dentro dessa nova base tecnológica, ou seremos apenas meros consumidores dos sistemas desenvolvidos por China e EUA?

O futuro do país pode depender de uma mudança radical de estratégia para conseguir surfar essa nova grande onda tecnológica. A revolução já está em curso e precisamos agir de acordo em todos os níveis. 

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Estrategista de marcas, especialista em inovação de marketing e fundador da Nexia Branding.

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