A governança corporativa é um tema complexo e em constante evolução. As empresas que desejam se destacar no mercado precisam estar atentas às melhores práticas e buscar implementar medidas que garantam a boa gestão e o controle da organização.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), cerca de 70% das empresas nacionais implementam essas diretrizes em suas culturas organizacionais, o que, segundo a PwC, leva a um melhor desempenho financeiro.
O Grupo Mabu, de Curitiba (PR), começou com o processo de governança em 2010, estabelecendo uma gestão profissional em uma empresa familiar. No período de 2011 a 2023, o patrimônio do conglomerado cresceu 500%. Hoje, além dos hotéis, o grupo investe em outros setores, como parque temático, energia e agronegócio.
O Economia SC Drops conversou com Rui Rocha, presidente do Conselho de Administração do Grupo Mabu, para saber mais desse processo e quais os próximos planos para a rede. Confira abaixo:
Como foi o processo de transição da gestão familiar para uma estrutura corporativa no Grupo Mabu, e quais foram os principais desafios enfrentados durante esse período?
Rui: A família empresária do Grupo Mabu, buscou em 2010 uma consultoria para estruturar o modelo de governança, que tinha como objetivo profissionalizar a gestão e garantir o crescimento sustentado dos negócios. Na verdade, o processo de governança é uma jornada de médio e longo prazo. Os principais desafios foram: fazer a transição dos membros da família que estão na gestão para integrarem o conselho de administração, esta fase é difícil para o acionista que precisa entregar a gestão dos processos para profissionais de mercado. Outro desafio foi encontrar profissionais de mercado para assumir as posições de CEO e diretores, pois esta seleção tem que ser muito bem realizada e dependendo dos profissionais contratados pode comprometer o sucesso da governança.
Qual foi o papel da governança corporativa na transformação e no crescimento do Grupo Mabu nos últimos anos?
Rui: A implantação da governança no grupo Mabu viabilizou o crescimento dos negócios, pois com a profissionalização da gestão e a adoção de estratégias, bem como aporte de investimentos o grupo cresceu muito acima do mercado.
Como a implementação do Conselho de Administração contribuiu para o desenvolvimento estratégico da empresa?
Rui: Com a implantação do conselho de Administração, o processo de tomada de decisão tornou-se mais objetivo e focado nas estratégias do negócio, o Conselho trouxe reflexões importantes para o crescimento do grupo, além de cobrar de forma prática os executivos em relação ao desempenho dos negócios.
Quais são os planos de investimento e expansão do Grupo Mabu para os próximos anos, e como a governança corporativa apoia esses planos?
Rui: Como ressaltei anteriormente, todos os investimentos são demandados pelo planejamento estratégico, ou seja, temos planos audaciosos de crescimento e, portanto, um nível de investimento alto para que o grupo continue a crescer seus negócios.
Como conciliar a tradição e o legado familiar com a busca inovação e crescimento no mercado atual?
Rui: Sem dúvida, estamos falando de um grupo muito empreendedor que tem um legado de inovação e um apetite por novos negócios. Isto é ótimo porque desafia a todos os executivos a explorar as oportunidades de mercado. Sabemos que não é fácil ser empresário no Brasil, mas com certeza o grupo Mabu rompe com todas as dificuldades e consegue obter desempenho extraordinário no mercado em que atua.
