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Interfaces cérebro-computador e o futuro da saúde

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Foto: Daniel Zimmermann/divulgação.

Uma das fronteiras do desenvolvimento tecnológico é a criação de interfaces entre os humanos e os computadores. 

O cientista brasileiro Miguel Nicolelis é um dos pioneiros da área, e chegou a demonstrar o uso dessa tecnologia nas Olimpíadas do Rio em 2016. A evolução tecnológica no setor está acelerando, com o aumento da velocidade de processadores, novos algoritmos de IA e novas descobertas científicas. 

Hoje, uma das principais empresas desse setor é a Neuralink, fundada por Elon Musk. A Neuralink desenvolveu uma interface de chip cerebral que foi implantado pela primeira vez no crânio de uma pessoa em janeiro de 2024. 

Quais são as implicações para o futuro da medicina e da sociedade? O objetivo é ajudar pessoas com deficiência ou lesões traumáticas a se moverem, se comunicarem, operar telefones e outros aparelhos, além de restaurar a visão. 

Para isso, a Neuralink se baseia em tecnologias utilizadas há décadas para implantar eletrodos em cérebros humanos para interpretar sinais e tratar doenças como paralisia, epilepsia e doença de Parkinson.

O diferencial da Neuralink é que o seu implante, chamado Telepatia, possui um chip que processa e transmite sinais neurais que podem ser transmitidos para dispositivos como computadores ou telefones. A startup espera que uma pessoa com deficiência possa controlar um mouse, teclado ou enviar uma mensagem de texto através dos seus pensamentos. 

Para realizar essas ações, o dispositivo tem mais de mil eletrodos. Seu alvo são neurônios individuais, o que permitirá um maior grau de precisão para suas funções, caso seja bem sucedido.

A Neuralink não é a única empresa que está trabalhando na área de interfaces cérebro-computador. Existem outras companhias que já implantaram dispositivos semelhantes em humanos e animais. Estamos diante de uma corrida tecnológico-científica para chegar mais rápido em uma solução, ou uma série de soluções, que ajudem a resolver os problemas das pessoas.

No futuro, além de ajudar pessoas com condições neurológicas complexas, o objetivo é também explorar outras possibilidades, como melhorar a memória, a aprendizagem, a criatividade e a inteligência. E, considerando a convergência de novas tecnologias como inteligência artificial, nanotecnologia e manipulação genética, abre-se uma grande possibilidade para revolucionar o tratamento de doenças e condições até hoje incuráveis. 

Além de representar um avanço significativo para o futuro da medicina, com novas formas de tratamento, reabilitação e prevenção de doenças, no futuro os implantes podem abrir caminho para uma nova era de comunicação, interação e entretenimento, onde as pessoas poderão se conectar diretamente com outras mentes, máquinas e ambientes virtuais. Mas é importante lembrar que esses implantes também trazem desafios éticos, sociais e legais que precisam ser discutidos e regulados. 

Por exemplo, quais são os riscos de infecção, rejeição, interferência ou manipulação dos implantes? Quem terá acesso aos dados gerados pelos implantes e como eles serão protegidos? Quais são os limites da privacidade, da autonomia e da identidade das pessoas que usam os implantes? Quais são as implicações para a educação, o trabalho, a cultura e a sociedade em geral?

Essas são algumas das questões que precisam ser debatidas e respondidas antes que os implantes da Neuralink e de outras empresas se tornem uma realidade comum. 

Afinal, o futuro da medicina não depende apenas da tecnologia, mas também dos valores, das escolhas e da ética das pessoas que criam as inovações.

E você, faria um implante neural para resolver um problema de saúde ou para aumentar sua capacidade cognitiva?

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Estrategista de marcas, especialista em inovação de marketing e fundador da Nexia Branding.

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