Eu sempre falo da importância da inovação para as empresas e para o desenvolvimento dos mercados, da economia e da sociedade. E um fator fundamental para a inovação é o registro de patentes.
É uma forma eficaz de proteger a propriedade intelectual de quem investe em inovação de verdade, trazendo novos produtos, serviços e modelos de negócios para o mercado.
No Brasil, acaba de sair o ranking 2023 de registros de patentes do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).
A Petrobras liderou novamente a lista, com 125 solicitações de patentes em 2023. Em segundo lugar ficou, com 101 solicitações, a Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), na Paraíba, com 101 solicitações. E, em terceiro, a FIAT Brasil, com 58.
Segundo o INPI, foram feitos 25.367 pedidos de patentes no país no ano passado. Infelizmente, houve uma queda de 6,5% em relação a 2022.
Não é um bom indicativo ter um dado tão importante diminuindo em um cenário de aumento de competitividade e de necessidade de proteção intelectual das tecnologias nacionais.
Para termos perspectiva, vamos comparar os dados do Brasil com o ranking global. A líder em registro de patentes em 2023 foi a Samsung, com 9.036 registros. Seguida por LG, IBM, Qualcomm e TSMC com aproximadamente 4 mil patentes cada.
No mundo foram feitos cerca de 3 milhões e meio de patentes em 2023. Um recorde. E o investimento global em pesquisa e desenvolvimento superou 1 trilhão de dólares.
Ou seja: Com apenas 25.000 registros em um universo de 3 milhões, o Brasil não tem um desempenho que corresponda ao seu tamanho nem relevância econômica.
Temos uma disparidade entre o nosso potencial de inovação e o que realmente estamos conseguindo realizar de fato na área. O Brasil precisa crescer mais de uma ordem de grandeza para ser relevante no cenário global.
Nos últimos anos os governos têm trabalhado para criar condições melhores para reverter esse quadro e aumentar os níveis de inovação nacionais. Mas é uma tarefa árdua.
Você sabia que existem dezenas de linhas de créditos para fomento à inovação, mas faltam projetos das empresas nacionais?
São bilhões de reais disponíveis, com juros extremamente acessíveis, que podem ser destinados a projetos de inovação para desenvolvimento de novos produtos, serviços e processos.
E podem ser aplicados em praticamente todos os segmentos de atuação da Indústria, do comércio e dos serviços.
Os governos nos níveis federal, estadual e municipal precisam ter estratégias ainda mais abrangentes e agressivas para acelerar o desenvolvimento. Mas não agem sozinhos. É preciso que a iniciativa privada também faça sua parte.
As empresas também precisam aproveitar as oportunidades que já se apresentam. Tem que valorizar, estruturar e investir em inovação. Investimento de tempo, capital humano, recursos e foco.
E, além disso, conectar a inovação com estratégias voltadas para o mercado, para atender demandas e necessidades reais, que vão sustentar o sucesso da empresa hoje e no futuro.
Todos os setores estão em um processo de transformação que só se acelera, e a inovação, de verdade, com desenvolvimento de propriedade intelectual e foco no mercado, é o caminho certo e comprovado que transformou as empresa e gerou crescimento econômico nos países desenvolvidos. E é o que pode, realmente, ajudar a transformar a realidade do Brasil.
E você, na sua empresa? Como está investindo em inovação? Já fez projetos para criar soluções inovadoras de verdade? Já registrou patentes?
Valorizar a inovação como ativo estratégico é fundamental para o sucesso dos negócios hoje e no futuro.