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Mulheres no protagonismo: um chamado à ação

Foto: divulgação.

Denise Maidanchen, CEO Quanta Previdência e presidente do LIDE Mulher SC.

No Dia Internacional da Mulher, celebramos as conquistas históricas e os avanços na igualdade de gênero, mas também é momento de reforçarmos um chamado ao protagonismo feminino. Este é um momento de reflexão sobre o futuro onde as mulheres sejam plenamente reconhecidas por suas capacidades, liderança e contribuições em todas as esferas da sociedade.

As estatísticas revelam tanto progressos quanto desafios persistentes. Mulheres representam quase metade da força de trabalho global, mas ainda enfrentam disparidades significativas em termos de representação em cargos de liderança, remuneração e oportunidades de avanço profissional. Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), a taxa de participação feminina na força de trabalho era de 48,5% em 2022, contra 75% para os homens. Além disso, mulheres ocupam apenas 29% dos cargos de sênior management globalmente, conforme o relatório “Women in Business 2021” da Grant Thornton.

No entanto, estudos mostram que empresas com diversidade de gênero em posições de liderança tendem a ter melhor desempenho financeiro, maior inovação e melhores decisões estratégicas. Um relatório do Peterson Institute for International Economics encontrou uma correlação positiva entre a presença de mulheres em cargos de liderança corporativa e a lucratividade da empresa, como vou citar neste artigo.

A liderança feminina e suas habilidades

A liderança feminina é marcada por um conjunto de habilidades valiosas no mercado de trabalho atual, incluindo empatia, capacidade de colaboração e uma tendência para a liderança inclusiva e transformadora. Pesquisas indicam que equipes lideradas por mulheres frequentemente demonstram maior nível de engajamento e satisfação, contribuindo para ambientes de trabalho mais produtivos e inovadores.

A indústria de tecnologia, tradicionalmente dominada por homens, tem visto um aumento na liderança feminina. Empresas como a AMD, liderada pela CEO Dr. Lisa Su, têm demonstrado resultados excepcionais sob sua liderança, incluindo inovações de vanguarda e crescimento significativo no valor de mercado. A presença de mulheres em cargos de liderança na tecnologia está desafiando estereótipos e inspirando mais mulheres a entrar e ascender neste campo.

O setor financeiro também está testemunhando uma transformação, com mais mulheres assumindo cargos de CEO e CFO. A NASDAQ, por exemplo, sob a liderança de Adena Friedman como CEO, tem feito avanços significativos em promover a diversidade e a inclusão, além de impulsionar a inovação no mercado de ações.

A Islândia é frequentemente citada como um dos países mais progressistas do mundo em termos de igualdade de gênero. O país tem uma longa história de mulheres em posições de liderança, não apenas em negócios, mas também em política. Katrín Jakobsdóttir, a Primeira-Ministra da Islândia, é um exemplo de liderança feminina forte, promovendo políticas que apoiam a igualdade de gênero e o bem-estar social.

Sob a liderança da Primeira-Ministra Jacinda Ardern, a Nova Zelândia se destacou por sua gestão eficaz de crises, inclusive a pandemia de COVID-19, e por suas políticas progressistas em questões sociais e ambientais. A liderança compassiva e decisiva de Ardern destacou a eficácia da liderança feminina em tempos de crise.

A importância da conexão e fortalecimento

A conexão entre mulheres é uma ferramenta poderosa para o fortalecimento pessoal e profissional. Redes de suporte, mentoria e grupos de mulheres no ambiente de trabalho e na comunidade podem oferecer recursos valiosos para o desenvolvimento de carreira, além de servirem como espaços seguros para compartilhamento de experiências e estratégias de superação de desafios.

Este Dia Internacional da Mulher é um chamado ao protagonismo feminino. As mulheres são convidadas a reconhecer e reivindicar seu espaço, seja no ambiente de trabalho, na política, na ciência ou em qualquer outro campo de atuação. É fundamental que as mulheres se vejam como agentes de mudança, capazes de liderar, inovar e transformar a sociedade.

Ações concretas para o empoderamento feminino

Educação e Capacitação: Invista em educação e formação contínua, isso é essencial para o desenvolvimento de habilidades e a conquista de novas oportunidades.
Redes de Apoio: Participe de redes de networking de mulheres, programas de mentoria e iniciativas de apoio ao empreendedorismo feminino. O LIDE MULHER é um exemplo.
Promoção da Igualdade no Trabalho: Empresas e organizações devem se comprometer com políticas de igualdade de gênero, incluindo igualdade salarial, oportunidades de promoção e ambientes de trabalho inclusivos, se você já é líder, reflita sobre esse tema em sua organização, se ainda não é defenda-o.
Participação Política e Social: Encoraje e apoie a participação feminina em posições de liderança em todos os níveis da sociedade.

No Brasil, o protagonismo feminino também vem ganhando destaque em diversos setores, demonstrando o impacto positivo da liderança feminina na inovação, na gestão e no desenvolvimento social e econômico.

Alguns exemplos notáveis são a Luiza Helena Trajano (in memorian), presidente do conselho de administração do Magazine Luiza, transformou a empresa em um dos maiores varejistas do país. Sua liderança inovadora e foco no comércio eletrônico foram fundamentais para o crescimento exponencial da empresa; Cristina Junqueira, cofundadora do Nubank, uma das startups mais inovadoras do Brasil, que revolucionou o setor bancário com uma abordagem centrada no usuário e na tecnologia; Márcia Barbosa, física brasileira, é reconhecida internacionalmente por suas pesquisas sobre as propriedades da água e por sua atuação em prol das mulheres na ciência.

Em Santa Catarina, dentre as referências inspiradoras cito grandes líderes e membros do Conselho LIDE Mulher SC como a Presidente da Acafe Luciane Ceretta, a presidente da OAB SC, Claudia Prudêncio, a Presidente do CRCSC, Marisa Schvabe de Morais , Isabel Baggio presidente do Conselho do Banco da Família e Silvana Agostini, Diretora da Unicred Central Conexão.

Concluo desejando que neste 08.03.2024, Dia Internacional da Mulher, cada mulher se sinta inspirada a tomar as rédeas de sua jornada, buscando o crescimento pessoal e profissional, e contribuindo para a construção de um mundo mais justo e igualitário. O protagonismo feminino não é apenas um direito, é um imperativo para o progresso de nossa sociedade.

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