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2025: o ano do cooperativismo

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Foto: Freepik

Prepare-se: no próximo ano você lerá e escutará muito mais a palavra cooperativismo. E isso acontecerá em todo o mundo.

A Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) declarou 2025 como o Ano Internacional das Cooperativas.

Para quem ama e pratica o cooperativismo, é um presente. As escolhas da ONU não são meras formalidades.

Desde 1957 a organização implementa o Ano Internacional, uma campanha anual que destaca temas-chave para o desenvolvimento humano e sustentável em escala global.

Na última década, a ONU já celebrou o Ano Internacional de assuntos como agricultura familiar, solo, turismo sustentável e línguas indígenas.

E o que as cooperativas têm a ver com pautas tão sociais? Tudo. À primeira vista, o cooperativismo pode parecer apenas mais um modelo de negócio – um tipo de banco que cobra taxas menores ou um mercado que devolve sobras em dinheiro uma vez por ano.

É isso também, mas essa é apenas a camada mais superficial de um movimento que tem na base a igualdade entre as pessoas e o desenvolvimento da comunidade.

Em uma cooperativa, os cooperados são donos do negócio e recebem de forma proporcional ao seu esforço e investimento.

Com isso, o movimento tira de cena os papéis do explorador e do explorado, que levam ao desequilíbrio da distribuição de renda e, consequentemente, à injustiça social.

No modelo cooperativista, a economia continua girando, mas a serviço da qualidade de vida de todos. A definição do Ano Internacional das Cooperativas é um reconhecimento ao trabalho sério e consistente do movimento, que começou em 1844.

Desde então, o cooperativismo continuou coerente aos princípios originais e conseguiu se manter coeso, mesmo presente em mais de 150 países.

As cooperativas não são um fenômeno à margem na economia – elas têm força e presença para fazer frente ao mercado tradicional.

De acordo com a Aliança Cooperativa Internacional (ACI), há mais de 3 milhões delas no mundo. As 300 maiores movimentam um volume de recursos de US$ 2,4 trilhões e, se fossem um país, seriam a oitava economia do mundo.

A escolha da celebração em 2025 faz parte de uma nova resolução adotada pelas Nações Unidas, que reafirma o papel do cooperativismo no desenvolvimento social sustentável e reconhece que elas são decisivas na adaptação às mudanças climáticas.

Esta resolução orienta que governos fortaleçam o apoio ao ecossistema e adotem leis que facilitem a criação e o crescimento de cooperativas.

Esta é a segunda vez que o movimento é destacado pela ONU. Em 2012 já houve um Ano Internacional das Cooperativas, que conseguiu sensibilizar muitos setores.

Para a ACI, renovar a celebração 13 anos depois é o reconhecimento de que o cooperativismo tem capacidade para promover a Agenda 2030 – o plano global com metas de desenvolvimento sustentável.

Sou testemunha de que o cooperativismo ainda colhe os frutos de 2012. Quando um tema é pautado pela ONU, significa que naquele ano haverá debates, eventos e um acesso facilitado à agenda do poder público.

Tenho certeza de que as boas raízes do cooperativismo estarão ainda mais fortes depois de 2025. Uma forma mais justa para resolver os nossos desafios sociais e ambientais está à disposição da sociedade e é preciso semeá-la cada dia mais.

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CEO de cooperativa de crédito, autor de livros sobre cooperativismo e Influenciador Coop do Sistema OCB.

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