A swisstech, iniciativa de disseminação da inovação suíça apoiada pela Swissnex e outras instituições no Brasil, traz ao país quatro startups suíças focadas em tecnologia para a sustentabilidade, que estão em processo de expansão e apresentam suas soluções durante o Web Summit Rio.
Entre as startups presentes no evento para estimular novos negócios e introduzir seus produtos no mercado brasileiro, estão a Emissium, a Kohlenkraft, a Food Brewer e a Suind, com soluções que passam por descarbonização, beneficiamento de alimentos e monitoramento de lavouras.
A Emissium desenvolveu um software para mapear emissões de carbono na geração de energia elétrica e treinar modelos de machine learning customizados para as necessidades de cada cliente.
O sistema é alimentado, majoritariamente, com dados públicos, e as medições são registradas em uma rede blockchain própria e privada para garantir responsabilidade, transparência e escalabilidade.
O objetivo é ajudar não só empresas do setor de energia, mas companhias e instituições que desejam ter previsibilidade de emissão de carbono para fortalecer políticas de responsabilidade socioambiental.
Rafael Castro Amoedo, CEO e co-fundador da Emissium, explica que a empresa já atua com parceiros e clientes na Europa e vê o mercado brasileiro com enorme potencial:
“Nossa missão está na interseção da inovação e da responsabilidade ambiental. Estamos ansiosos para trazer nossa tecnologia para o Brasil, colaborando com diversas empresas do setor de energia e outras, para criar roadmaps de sustentabilidade, prover previsibilidade de emissões e impulsionar um impacto positivo e sustentável. No Web Summit Rio, esperamos encontrar parceiros e potenciais clientes“.
A KohlenKraft é uma cleantech em fase inicial de desenvolvimento que cria materiais de construção carbono neutro, como um tipo de cimento feito a partir de biochar (biocarvão), que é resultante da geração de energia por biomassa.
O material, rico em carbono capturado, é transformado em um cimento que pode ser usado para acabamentos como emboço ,com isolamento térmico e regulador de umidade. Também pode ser utilizado para confecção de tijolos, blocos e vasos de plantas.
A empresa oferece o material para o consumidor final, em sua maioria arquitetos e construtores, mas também atua como consultora para fornecer a sua expertise para empresas de geração com biomassa.
De acordo com o Ministério de Minas e Energia, a biomassa representa cerca de 8,55% dentro da matriz energética brasileira.
Atualmente, o Brasil possui cerca de 630 usinas que utilizam biomassa. Com isso, entra na mira da startup suíça, que espera se conectar com usinas de biomassa e empresas do setor de construção durante a sua participação no evento.
O FUTURO DOS ALIMENTOS EM PAUTA
Uma das premissas da presença é o debate sobre o futuro dos alimentos, trazendo a temática como guia das conversas que acontecerão no estande na quarta-feira, dia 17, a partir das 11h30.
Serão realizadas mesas redondas com temas que vão desde a atuação da Inteligência Artificial na agricultura, até como agritechs e foodtechs podem moldar o futuro, passando por proteínas alternativas e a sustentabilidade impulsionada pela inovação.
Das startups convidadas pela Swissnex para o evento, duas são foodtechs que abordam lados diferentes da cadeia produtiva: a Food Brewer e a Suind.
A Food Brewer é uma empresa B2B, líder no campo de agricultura celular, que utiliza uma tecnologia inovadora de cultura de células para produzir cacau e café de alta qualidade, e de uma maneira sustentável.
A tecnologia desenvolvida pela startup suíça pode também ser aplicada para diversas outras plantas. A produção começa a partir de células e acontece em grandes biorreatores, utilizando muito menos água, energia, e em uma área consideravelmente menor.
Além disso, a produção ocorre ao longo do ano todo, independente de condições climáticas. A biomassa gerada é seca e torrada para então ser utilizada como ingrediente na indústria alimentícia.
A brasileira Marina Studart, desenvolvedora de negócios da Food Brewer, explica que o objetivo é atuar de maneira complementar à produção agrícola tradicional, podendo mitigar variáveis de qualidade, oferta e preço, muitas vezes causados pelas mudanças climáticas:
“Estamos comprometidos em entregar cacau e café de qualidade, com alto padrão de sabor e preço competitivo. Nossa tecnologia tem o potencial de aumentar a oferta desses produtos no mercado, oferecendo soluções inovadoras para impulsionar a produção de forma sustentável e competitiva“, complementa.
Já a Suind desenvolveu um software de acompanhamento de lavouras que detecta problemas com a produção, usando uma combinação de técnicas inteligentes de sensoriamento por drones, satélites e em terra para monitorar regularmente as lavouras.
Isso permite detectar qualquer sinal de estresse nas plantações semanas antes que se torne visível ao olho humano, permitindo tempo suficiente para tomar medidas corretivas. Apresentada como o “médico familiar das lavouras”, a startup quer oferecer ferramentas para que os agricultores enfrentem o cenário de mudanças climáticas e aquecimento global, que afetam duramente a agricultura.
Também participarão das conversas especialistas e pesquisadores suíços do setor de alimentos e agricultura, como: Christina Senn-Jakobsen, diretora administrativa do Swiss Food & Nutrition Valley, Barbara Franco Lucas, PhD, cientista e engenheira de alimentos, Jamie Allen, PhD, pesquisador e artista, Melina Teub