Por Fernando Terra, head de planejamento da BW8 Martech e membro do The CMOs Marketers.
Imagine o seguinte cenário: sua empresa tem muitos anos de estrada, monitora de perto a concorrência e atua de forma proativa para conquistar e manter o seu share de mercado. De repente seus clientes começam a desaparecer, mas não estão indo para seus concorrentes tradicionais, o faturamento despenca… Você está fora do jogo ou reduzido a uma fração do que vinha sendo há décadas.
Parece um cenário impossível ou extremamente pessimista?
A lista de “vencedores” que já foi sacudida pela Nova Economia é extensa: hospedagem (Airbnb), Imobiliárias (5º andar), contabilidade (Conta Azul), transporte urbano (Uber e 99), logística (Loggi), delivery (iFood), indústria fonográfica (Spotify), locadoras (Netflix) e até os poderosos bancos (Nubank, Inter e PicPay).
Em um mundo cada vez mais digital e interconectado, a Nova Economia tem transformado mercados e setores inteiros. Para as empresas tradicionais, o inimigo agora é outro. Não são mais apenas os concorrentes diretos, mas também startups inovadoras, tecnologias disruptivas e novos modelos de negócios que podem vir de qualquer lugar e transformar todo o setor.
Mas enfim, o que á a Nova Economia?
Nova Economia é um termo usado para descrever o cenário de disrupção do mercado atual, que tem como motor de arranque a centralidade na tecnologia e o foco na experiência do cliente para desconstruir modelos estabelecidos de negócio.
As empresas desta nova realidade se organizam em estruturas enxutas, permitindo-lhes operar de forma mais ágil e eficiente e escalar rapidamente à medida que crescem. Além disso, favorecem modelos de trabalho mais flexíveis e operam de forma colaborativa em rede, em um verdadeiro Ecossistema de Inovação.
A fábrica de revolucionários: o ecossistema de inovação
Na Nova Economia, as parcerias e colaborações são essenciais e envolvem uma rede complexa e interconectada de diversos atores que juntos formam um ecossistema de inovação.
O núcleo do ecossistema são as Startups, à sua volta estão Incubadoras, Aceleradoras, Hubs de Inovação, áreas de inovação de grandes empresas, o setor acadêmico, empresas de Venture Capital e entidades públicas focadas na articulação ou no fomento ao investimento na inovação.
Este ecossistema é o coração da Nova Economia. É dele que nascem, na maior parte dos casos, os Unicórnios, como são chamadas as empresas da Nova Economia que atingem o seu primeiro bilhão de faturamento.
Guia de sobrevivência na Nova Economia
Então, como uma empresa tradicional pode se preparar para a Nova Economia e evitar ser atropelada por ela? Aqui estão algumas estratégias:
- Durma com o inimigo: “ambidestria” é a palavra-chave para grandes empresas que estão antenadas com a Nova Economia. Ser ambidestro significa ser excelente em seu principal negócio enquanto trabalha com os modelos que vão substituí-lo no futuro. É construir ou adquirir as empresas que vão moldar o seu mercado em alguns anos.
- Respire tecnologia: a tecnologia é o oxigênio das empresas no mundo atual. Sem ela, sua empresa pode parar de respirar em muito pouco tempo. Todas as áreas precisam ser habilitadas para o uso da tecnologia, do RH à engenharia, passando pelo Marketing, Comercial, Financeiro, qualquer área precisa viver e respirar tecnologia.
- Seja o seu maior crítico: analise cada etapa da experiência do seu cliente, conheça as suas necessidades, as suas dores. É através delas que você provavelmente vai ser atropelado pela inovação de um novo negócio. Fatie a jornada do cliente se necessário e otimize cada etapa dela, internamente ou com apoio de parceiros. Antes que alguém o faça.
- Abra as portas de casa: receba as startups, estimule, desafie. Faça parte do ecossistema!
Epílogo
Como Head de Planejamento da BW8 tenho em minha carteira cerca de 50 empresas dos mais variados mercados. Nosso papel é implementar a tecnologia como ferramenta e mindset de trabalho para tornar nossos clientes aptos a enfrentar os desafios atuais.
A Nova Economia está aqui para ficar, e as empresas que desejam prosperar neste novo ambiente devem estar dispostas a se adaptar e evoluir. Com a mentalidade certa, as estratégias corretas e o compromisso com a inovação e a melhoria contínua, as empresas tradicionais podem não apenas sobreviver, mas prosperar na Nova Economia.