Para 77% dos profissionais mulheres na construção civil, ainda há preconceito com a atuação feminina na área. Os dados são da pesquisa Mulheres na Construção: Evolução e Protagonismo, elaborada pelo Sienge, plataforma da Softplan especialista em gestão da indústria da construção, e pelo Portal AECweb, entre o final de fevereiro e o início de março, com o objetivo de traçar um cenário e mapear os principais desafios e oportunidades relacionados ao protagonismo delas no segmento.
Liderada pelo Sienge Comunidade, iniciativa que promove integração e networking entre os profissionais da área e que faz parte do ecossistema da indústria da construção da Softplan, a pesquisa entrevistou 619 pessoas atuantes no setor, incluindo mulheres e homens de todo o Brasil. Além do preconceito, foram abordadas questões como a representatividade feminina em cargos de liderança e a falta de inclusão.
Segundo o levantamento, 67% dos profissionais dizem que é mais difícil conseguir uma posição de destaque sendo mulher na construção civil. Entre os fatores limitantes estão o preconceito, o ambiente machista, poucas lideranças femininas como referência, networking dominado por homens e a falta de creches e apoio à maternidade. São apontadas também questões como o assédio moral e o assédio sexual, denunciadas por 15,5% dos entrevistados.
“Precisamos manter uma escuta ativa e atenta para combater o preconceito e comportamentos ultrapassados. Discutir e implementar medidas que reforcem o ingresso e a permanência de mulheres nesse mercado, histórica e estruturalmente dominado pelos homens, são ações que fazem parte da transformação diária do cenário da construção civil no nosso país“, destaca Paula Lunardelli, engenheira civil e diretora executiva e fundadora da Prevision, solução da Softplan especialista em planejamento de obra.
Pensando nas mudanças que já estão em curso, o material constatou um certo otimismo em relação à representatividade feminina no segmento: para 73% dos respondentes, as mulheres têm conquistado mais espaço em posições de liderança na construção civil.
O estudo também aponta que a equidade salarial, a disponibilidade de mais cargos de liderança, oferta de vagas de trabalho e o apoio à licença-maternidade são medidas que tornariam o setor mais inclusivo e atraente para público feminino.