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Como o comportamento humano influencia o marketing do futuro

Foto: divulgação.

A inteligência artificial veio para ficar. De acordo com estimativas do Grand View Research, o tamanho do mercado global de IA deve crescer 37% anualmente até 2030, podendo contribuir com US$ 15 trilhões para a economia mundial nesse período.

Mas quem deve realmente se destacar com esse aumento de adoção da ferramenta? Quais empresas e profissionais vão manter a competitividade frente à tecnologia?

Para falar sobre este e outros assuntos do tema, o Economia SC Drops conversou com Fernanda Trein, diretora e estrategista de marketing digital na VINO Marketing Digital e especialista em mercados de soluções complexas e de alto valor agregado. Confira:

Como a inteligência artificial está impactando o campo do marketing?

Fernanda: A inteligência artificial tornou-se, oficialmente, ferramenta oficial de marketing, em vários processos. As Automações ficaram mais inteligentes, ganhamos agilidade em produção, revisão, geração de imagens, análise de dados, entre outros. Acredito que o crescimento dos negócios será impulsionado pela IA. Por outro lado, aumenta a régua da concorrência. Hoje, um profissional de marketing precisa estar atualizado com diversas ferramentas de inteligência artificial, não limitando-se às mais famosas como o Chat GPT ou o Gemini. Tive a oportunidade de conversar pessoalmente com Neil Patel, um dos profissionais mais influentes de marketing do mundo – e de acordo com ele, não só as empresas de marketing, mas todas as empresas têm a ganhar com o uso da inteligência artificial. De acordo com a McKinsey, as empresas que adotam inteligência artificial em seus processos, tem o potencial de dobrar seu faturamento até 2030.


Quais são os benefícios e desafios do uso da inteligência artificial no marketing?

Fernanda: Vejo duas vertentes no impacto do uso da inteligência artificial no marketing; o primeiro caminho é o de tornar o marketing mais inteligente, mais competitivo, mais ágil. É quando usamos a inteligência artificial a nosso favor para nos ajudar a pensar, a instigar e a corrigir. Por outro lado, a inteligência artificial pode nos tornar acomodados e minar a criatividade, levando à produção em massa do que eu gosto de chamar de “conteúdo sabor chuchu”. A criatividade é inerente ao ser humano e uma de suas mais brilhantes habilidades. Até o momento, desconheço inteligência artificial que consiga mimetizá-la. O pulo do gato consiste na colaboração entre a criatividade, a emoção e a percepção humana com o apoio da inteligência artificial.


Qual é a importância do marketing de conteúdo para empresas de alto valor agregado?

Fernanda: O marketing de conteúdo é uma técnica validada há mais de um século. Até hoje olhamos as receitas nos rótulos de Leite Moça, consideramos um restaurante bom pelo Guia Michelin (promovido pela empresa de pneus) e comentamos fatos interessantes do Guiness Book, iniciativa da cervejaria. Ou seja, serve aos mais diversos segmentos de negócio, do agro à tecnologia. De acordo com a teoria de Chet Baker, somente 3% do seu público está pronto para uma compra. Os outros 97% precisam de uma ajudinha, digamos, para avançar na jornada. Especialmente quando falamos de negócios de alto valor agregado, que na maioria das vezes são business-to-business, com vendas consultivas, essa jornada é mais longa e fragmentada do que para o consumidor final. Quanto mais segmentado o negócio e mais alto o seu valor e ticket médio, mais sofisticado precisa ser seu marketing. Portanto, criar reconhecimento, gerar percepção de valor, quebrar objeções e gerar oportunidades são alguns dos benefícios do marketing de conteúdo para empresas de alto valor agregado.


Qual é o papel do marketing de conteúdo na construção de autoridade e confiança?

Fernanda: Hoje, boa parte dos decisores de compras já são nativos digitais. Essas pessoas têm o comportamento de, antes mesmo de iniciar contato com um fornecedor, buscar informações sobre o produto ou serviço. É um decisor que por iniciativa própria percorre sua jornada e lead para formar a sua opinião sobre um negócio; busca conhecer pontos positivos e negativos, saber se as suas necessidades serão atendidas, quais são os cases de sucesso. Desta forma, incorporar o marketing de conteúdo à presença digital é uma forma estratégica para influenciar a percepção de valor da marca e influenciar a decisão dos decisores. Independente da etapa do funil ou mesmo método (RevOps, Growth, por exemplo), o marketing de conteúdo dá força à mensagem da empresa, aumentando sua percepção de valor e sua posição como líder de pensamento.


Como você enxerga o futuro do marketing de conteúdo?

Fernanda: Acredito que estamos vivendo um processo rápido e forte de profissionalização. Escrever um texto com a ajuda do Chat GPT e publicá-lo em um blog é fácil; gravar um vídeo e distribuí-lo em redes sociais é simples. Agora, quem realmente terá relevância? Na minha opinião, o futuro do marketing de conteúdo pertence aos profissionais e empresas que se especializarem cada vez mais em comportamento humano, aliados às tecnologias emergentes, para entregar uma mensagem autêntica, verídica e valorosa.

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