Dados de estudos do Food Connection apontam que nos últimos 5 anos, o número de pessoas trabalhando com delivery aumentou em 1.000%. Muito por conta da pandemia, visto que as pessoas passaram mais tempo em seus lares, a comodidade de pedir uma refeição ficou mais em evidência. Prova disso é que antes da pandemia, o delivery representava menos de 10% do faturamento total de restaurantes bem-sucedidos. Atualmente, esse percentual chega facilmente a uma média de 30%.
Nesse contexto, Felipe Felisberto de Souza, CEO da Hubt, com mais de 12 anos de experiência na criação de produtos digitais, conta como criou uma solução tem facilitado a operação de vendas online de restaurantes em Santa Catarina. Confira abaixo:
Como surgiu o insight para o negócio?
Felipe: Nossa proposta de valor evoluiu ao longo do tempo. Nosso primeiro insight foi ainda em 2018, quando muitos estabelecimentos estavam deixando de ter sites próprios e migrando exclusivamente para redes sociais. Como clientes, isso nos incomodava, pois para encontrar informações era necessário buscar no histórico de posts. Nossa solução inicial foi criar uma página onde os negócios pudessem cadastrar seus produtos, promoções e outras informações de forma tão simples quanto criar um perfil em uma rede social. Logo percebemos que nossa solução se encaixava muito bem no setor de restaurantes e decidimos nos aprofundar nesse mercado. Hoje, somos uma plataforma de cardápios digitais e um sistema completo de pedidos para delivery, oferecendo diversas ferramentas que otimizam a operação de vendas online dos estabelecimentos.
Quais as principais dores dos clientes que buscam a Hubt?
Felipe: Os restaurantes pagam taxas de até 30% sobre as vendas online feitas via marketplaces, o que pesa bastante na margem de lucro e viabilidade da operação de delivery. Uma opção acaba sendo vender direto pelo WhatsApp, mas isso demanda bastante tempo para atendimento, além de estar sujeito a erros operacionais. Recebemos também muitos estabelecimentos que já usam outras plataformas concorrentes, mas se queixam que os clientes não se adaptaram ou que continuam enviando os pedidos por mensagem, por exemplo. Esse é um cenário comum, há pesquisas que mostram que cerca de 70% dos clientes ainda preferem pedir pelo marketplace ou WhatsApp, e apontam a praticidade e preço como fatores decisivos. Nós focamos exatamente nesses dois pontos para oferecer um canal de vendas fácil e atrativo pro público final, que converta mais vendas e tenha um custo acessível para o estabelecimento.
Quais diferenciais do Hubt?
Felipe: Um de nossos principais diferenciais é a usabilidade da plataforma. Nossa solução é tão fácil de usar que os estabelecimentos conseguem fazer tudo por conta própria, sem precisar de treinamentos ou conhecimento técnico. E do outro lado, talvez ainda mais importante, conseguimos romper a barreira dos clientes finais que sempre vão preferir pedir pelo canal que seja mais fácil e prático para eles. Outro diferencial importante é o nosso modelo de negócios eficiente e baseado em tecnologia, que nos permite oferecer um dos custos mais baixos do mercado, sem comprometer a qualidade da experiência para os clientes.
Quais os desafios com o público de restaurantes/pequenos negócios?
Felipe: Nos pequenos negócios, especialmente em restaurantes, o tomador de decisão costuma ser responsável por diversas áreas, como gestão, marketing, atendimento e até a operação na cozinha. No meio de tantas responsabilidades, é difícil conseguirmos ter a atenção deles, então temos que aproveitar cada oportunidade em que eles buscam a gente. Isso demanda uma comunicação muito clara e direta, seja na apresentação do nosso produto, no atendimento ou na interface da nossa plataforma. Outra questão é que pequenos negócios estão sempre buscando reduzir custos, então é muito importante que a solução seja acessível e entregue valor rápido, pois a cada renovação eles estão avaliando se vale a pena.
Qual a visão de futuro para o mercado de delivery?
Felipe: Acreditamos que, com plataformas cada vez mais simples e completas, os estabelecimentos irão preferir manter canais próprios de venda para não ficarem reféns dos marketplaces e das altas taxas. O mercado também deve evoluir para soluções que integrem o atendimento presencial e digital, permitindo, por exemplo, que os clientes façam pedidos pelo celular diretamente na mesa ou no balcão. Além disso, a inteligência artificial promete trazer mudanças significativas nos próximos meses e anos, transformando as interações entre clientes e estabelecimentos. Ainda estamos explorando e descobrindo como essas novas tecnologias irão impactar o futuro do mercado de delivery.
Quais os próximos passos?
Felipe: Estamos nos guiando pelo que enxergamos como o futuro do mercado de delivery. Pretendemos expandir nossa atuação para integrar os atendimentos de delivery e presencial, criando uma experiência unificada para os clientes e oferecendo vantagens como programas de fidelidade integrados. Outro passo importante será explorar as possibilidades da inteligência artificial para automatizar completamente o atendimento e também melhorar as ferramentas de gestão dos estabelecimentos.