Home equity é igual a uma hipoteca? Essa é uma das perguntas mais comuns entre os que se deparam pela primeira vez com a modalidade de crédito com garantia de imóvel (CGI) no Brasil, mas embora os formatos possam ser semelhantes, algumas diferenças fundamentais fazem do home equity um dos modelos com maior crescimento no país nos últimos anos.
Dados divulgados pela Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (ABECIP) apontam para um crescimento superior a 80% nos empréstimos desta modalidade desde 2019. Somente no último ano, R$ 7 bilhões foram concedidos em crédito.
Conectando atualmente mais de 5 mil bancários autônomos e 80 escritórios de investimento em sua plataforma, a Franq hoje já possui 5% de market share nos negócios de CGI no Brasil e é uma das referências no segmento.
Diretor de produtos da Franq, Daniel Ferretti destaca que uma das principais diferenças entre home equity e hipoteca é que, no primeiro caso, o imóvel em questão não é transferido ao banco:
“Um imóvel como garantia é diferente da hipoteca pois a pessoa permanece como dona daquele bem. O que existe é uma alienação, mas a pessoa segue morando no imóvel normalmente e pode, inclusive, alugá-lo. O objetivo no fim é poder prover uma linha de crédito livre para a pessoa utilizar como ela bem entender, com o imóvel apenas como garantia”.
Utilizando o imóvel e passando pelas análises de renda feitas pelos bancos, com o objetivo de garantir que a pessoa terá como arcar com o empréstimo, esse tipo de crédito fornece algumas das melhores taxas de juros atualmente, na casa de 1,10% ao mês, segundo o especialista. Além disso, é possível também conseguir um montante maior, de até 60% do valor do imóvel, com pagamento em até 420 meses.
“O home equity se tornou uma opção interessante para quem quer reestruturar a vida financeira com longo prazo e uma boa taxa de juros. É importante lembrar também que em financiamentos de imóveis você acaba podendo usar o dinheiro apenas no próprio imóvel. No home equity o recurso pode ser usado para qualquer fim”, explica.
As regras podem variar entre cada instituição financeira, mas existem no mercado produtos que aceitam crédito até mesmo por imóveis que ainda estão financiados. Há também a opção, em alguns casos, de utilizar imóveis de terceiros, como parentes ou sócios.
Perfil de quem utiliza o home equity
Em processo de popularização no Brasil, o crédito com garantia de imóvel tem sido utilizado até hoje, principalmente, por empreendedores. Com as linhas de crédito para pessoa jurídica com juros mais altos, o home equity tem sido uma solução para empresários que desejam investir na própria empresa, adquirir algum bem ou ampliar atuação e possuem um imóvel que podem usar como garantia.
O especialista destaca que em países como o Estados Unidos e alguns mercados da Europa o home equity já tem se difundido mais entre a população, como uma forma de empréstimo com pagamento a longo prazo.
No Brasil, segundo um levantamento feito pela própria empresa, o perfil de quem utiliza o CGI é de empreendedores, na casa dos 40 anos, com renda mensal de R$ 28 mil e proprietários de imóveis avaliados em cerca de R$ 2,4 milhões. A maioria utiliza o recurso para investir no seu negócio.