O lúpulo é um dos ingredientes responsáveis por trazer amargor para as cervejas, ora para dar equilíbrio com os maltes ou até para estar em protagonismo em amargor, sabor e aroma.
Ele é obtido de plantas que até poucos anos eram desestimuladas de serem plantadas no Brasil. A planta se adapta em regiões com temperaturas variadas e principalmente requerem muitas horas de luz, e algumas regiões serranas do Brasil desenvolveram-se muito nos últimos anos.
Este é o caso da Fazenda 1000Alts, localizada em Bom Jesus, na serra gaúcha, que além de desenvolver um canteiro para obterem as próprias mudas, investiu também em equipamentos de beneficiamento do lúpulo, necessário para que as cervejarias tenham boa matéria-prima de qualidade. A área plantada vai dobrar de tamanho até 2025 e a consultoria com bons profissionais faz da 1000Alts um excelente produtor.
“Conheci a 1000Alts em um dia de colheita e beneficiamento e fiquei impressionado com o capricho e zelo de como a cultura do lúpulo esta sendo tratada. Não posso afirmar que ela seja a maior atualmente, mas posso ter coragem em dizer que ela tem uma estrutura no estado da arte, como toda fazenda um dia queria ter. A qualidade dos lúpulos nacionais já é realidade por causa de empreendedores que acreditam e investem, como a 1000Alts”, comenta Richard Westphal Brighenti, cervejeiro e sommelier de cervejas.
A Lohn Bier é reconhecida por usar ingredientes locais nas cervejas, como fez com caldo de cana de açúcar, feijoa, butiá, uva goethe, pinhão, maçã, cumaru e outros ingredientes. Também foi ela quem fez uma das primeiras cervejas exímias chamadas Pastry Beer com a Carvoeira, uma das mais premiadas cervejas brasileiras dos últimos anos. A marca é referência no estilo Catharina Sour e possivelmente seja a cervejaria que mais produz o estilo, inclusive exportando-as. Também foi quem fez a Green Belly, uma hop lager com lúpulos nacionais em pellet em escala industrial e mais recentemente uma cerveja toda brasileira, incluindo uma levedura sequenciada geneticamente, a cerveja chama-se Toda Nossa.
“Usar ingredientes nacionais é fomentar toda uma cadeia de fornecedores, prestadores de serviço e estimular a pesquisa. Até pouco tempo, cervejeiros brasileiros delegavam qualidade às suas cervejas por terem ingredientes importados. Já premiamos a Toda Nossa mostrando ser possível fermentar uma cerveja toda brasileira com qualidade, e até muitos colegas me dizem que ficam estimulados em também utilizar esses ingredientes. Falando assim, pode parecer que somos pioneiros ou únicos, o que não é verdade. O que gostaria de frisar é que gostamos de todas as cervejas, mas valorizamos muito os ingredientes locais, porque apesar de parecer simples e singelo, muita gente ainda não provou uma cerveja artesanal com características verdadeiramente brasileiras. Foco nos consumidores”, reforça.
A Lohn desenvolveu então parte da produção de sua cerveja lager mais comum, a Pilsen, com inserção de lúpulos gaúchos. A cerveja tem característica leve e é refrescante, apenas 4,6% de teor alcoólico que atribui muita facilidade em beber. É dourada, cristalina e tem aroma de malte e lúpulos com equilíbrio.
A marca distribui seus produtos no Rio Grande do Sul há muitos anos e também é colaboradora do Chopp do Bem Caxias, um grupo gaúcho associativo que convidou muitas cervejarias brasileiras que disponibilizaram seus produtos para serem revertidos em donativos.