Por Marilena Cancelier.
Em um ambiente empresarial onde o Retorno sobre o Investimento (ROI) se consolida como um dos indicadores primordiais de performance, a maneira como se aloca tempo e capital em tecnologia adquire uma importância preponderante. O ROI é fundamental para mensurar a eficácia dos investimentos, e essa relevância só se amplifica à medida que as organizações buscam otimizar processos através de inovações tecnológicas. Avaliar o retorno dos recursos aplicados precisa e estrategicamente tornou-se, portanto, uma necessidade imperativa na busca por competitividade e sustentabilidade no mercado.
Tradicionalmente, a ênfase recaía sobre o montante investido, mas o advento das capacidades analíticas modernas mudou essa perspectiva. Hoje, a verdadeira medida do ROI em tecnologia reside na capacidade de transformar dados em ações que geram resultados positivos.
Sem uma análise adequada, a verdade é que grandes volumes de dados se tornam investimentos sem retorno. Com isso, a chave está em utilizar a tecnologia para extrair insights acionáveis que orientem decisões estratégicas e aumentem a eficiência operacional. Conforme a organização progride nesse processo, as exigências de tempo, infraestrutura e habilidades aumentam proporcionalmente ao potencial de se obter lucro. Para tanto, é essencial que as iniciativas tecnológicas sejam planejadas e direcionadas cuidadosamente para atender aos propósitos estratégicos da empresa.
Projetos e investimentos devem estar alinhados aos objetivos de negócios
Frequentemente, iniciativas de TI são executadas como projetos independentes, focados unicamente em aspectos técnicos e sem a devida integração com as partes interessadas das áreas de negócio. Essa abordagem fragmentada pode levar a um descompasso entre os resultados esperados e as metas organizacionais, resultando em desperdício de recursos e oportunidades perdidas. Logo, para garantir o sucesso e a relevância das iniciativas tecnológicas, é crucial que essas sejam concebidas e gerenciadas com uma visão holística, incorporando os anseios e as necessidades do negócio.
Priorizar investimentos com base no potencial de impacto estratégico
A escolha das soluções e ferramentas a serem implementadas é um momento crítico, demandando uma priorização criteriosa dos investimentos com base em seu impacto potencial. Nem todas as tecnologias exercerão a mesma influência nos resultados financeiros e operacionais da empresa. Assim, é imperativo que os líderes empresariais direcionem os recursos para aquelas inovações que possuam o máximo potencial de contribuição para os objetivos estratégicos da organização.
Esse fato ressalta a importância de realizar análises de custo-benefício detalhadas, capazes de identificar quais tecnologias oferecem o melhor retorno sobre o investimento. Ademais, considerar não apenas os benefícios imediatos, mas também as projeções de crescimento e a escalabilidade das soluções escolhidas é essencial, assegurando que sustentem a evolução e a competitividade da empresa a longo prazo.
Governança de dados, cultura e capacitação
Criar uma cultura organizacional que valorize a governança de dados e responsabilize todos os membros da equipe pelo uso adequado das informações fortalece a base para decisões estratégicas mais acertadas. Quando a equipe está bem treinada e atualizada com as últimas tendências e habilidades, a empresa extrai o máximo valor de seus investimentos tecnológicos. A democratização do acesso a dados e a promoção de uma cultura de experimentação e inovação, baseada em insights analíticos, aumentam a agilidade organizacional e a capacidade de resposta às mudanças do mercado, resultando em um ROI elevado e sustentável.
Em suma, é hora de reavaliar o conceito de ROI e adotar uma visão focada no retorno sobre insights, inteligência e inovação. Estudos da S&P Global Market Intelligence, uma das maiores autoridades em pesquisa de mercado, já indicam que companhias maduras no uso de dados apresentam maior lucratividade. E está cada vez mais claro que capitalizar os investimentos em tecnologia não é só sobre liberar o caixa para a aquisição ou assinatura de novas soluções ou atualizações de sistemas. Tem muito mais a ver com a capacidade de integrar essas tecnologias de forma coerente com os objetivos estratégicos e as necessidades da empresa, garantindo que cada decisão contribua diretamente para a geração de valor. Somente assim, os dados estarão realmente a serviço da lucratividade.