Por Laercio Aniceto Silva, superintendente de negócios da Fundação CERTI
A implementação de avanços no campo tecnológico é um dos principais desafios para o Brasil adentrar uma nova fase de expansão industrial que lhe garanta ainda mais relevância no quadro internacional do setor. O investimento até 2026 de R$300 bilhões no Plano Nova Indústria, anunciado este ano pelo governo federal, permite acelerar este processo de modernização e sinaliza a importância dessa transformação gradual. O estímulo, traduzido em uma série de ações como linhas de créditos especiais, se somará aos esforços das empresas em se adequar a um mercado global cada vez mais tecnológico. Neste cenário atual onde a modernização do parque fabril é uma urgente necessidade, a adoção da digitalização na produção é também imprescindível. Ela não só sinaliza uma fundamental transição estratégica, como contribui a médio e longo prazo para a melhora das condições de competitividade para as indústrias brasileiras, moldando o ambiente de negócios e seu futuro no segmento de maneira inteligente e inovadora.
Em um período em que a competitividade na indústria de modo geral tem passado por uma transformação significativa, a adoção da digitalização, bem como alternativas mais sustentáveis, é crucial no passo a passo da produção para posicionar as empresas de maneira favorável em um cenário de negócios moderno e dinâmico. Mais do que estratégica, ela é primordial para aquelas que buscam prosperar em um cenário competitivo, refletindo não apenas na melhor eficiência operacional e redução de custos, como em um maior preparo para se adaptar às mudanças para oferecer produtos e serviços superiores.
São muitos os benefícios trazidos pela revolução digital e um dos mais evidentes é o aprimoramento da eficiência através da simplificação e automação dos processos de produção. Ao reduzir a intervenção manual e eliminar ineficiências operacionais, as empresas conseguem alcançar uma eficiência global aprimorada. Ciclos de produção mais rápidos e uma utilização otimizada de recursos se traduzem em ganhos tangíveis para a competitividade. A automação e as tecnologias digitais desempenham um papel fundamental na redução de custos. Minimizando erros, reduzindo desperdícios e otimizando o consumo de energia, a implementação de soluções digitais não apenas efetua economias imediatas, como estabelece um ambiente de produção mais eficiente e com uma vantagem competitiva sustentável.
A digitalização possibilita a tomada de decisões baseada na coleta e análise em tempo real de grandes volumes de dados. Isso além de otimizar os processos internos, contribui para uma abordagem proativa na identificação de tendências e resolução de desafios. Os benefícios não se limitam às fronteiras da empresa e se estendem por toda a cadeia de suprimentos. Melhor visibilidade e colaboração resultam em uma coordenação mais eficiente com fornecedores, previsão de demanda mais precisa e redução nos prazos de entrega.
As tecnologias digitais também desempenham um papel fundamental no controle de qualidade. Monitoramento e análise em tempo real dos processos de produção garantem um nível mais alto de consistência na qualidade dos produtos. As empresas aumentam sua capacidade de aprimorar a experiência do cliente oferecendo produtos e serviços personalizados e inovadores. Otimizando o uso de recursos e reduzindo o impacto ambiental, demonstram responsabilidade social e ambiental, atendendo a padrões regulatórios e agregando junto ao público uma percepção positiva da marca.
Em um mercado dinâmico, a capacidade de se adaptar facilmente às mudanças na demanda, introduzir novos produtos e responder rapidamente a alterações no ambiente de negócios é crucial para a manutenção da competitividade. Otimizando os processos existentes, a adoção das tecnologias digitais impulsiona a inovação no desenvolvimento de produtos, resultando em soluções mais avançadas alinhadas às necessidades e preferências em constante evolução dos clientes.
No futuro que se avizinha somente a capacidade de aproveitar tecnologias de ponta, responder rapidamente a mudanças no mercado e entregar produtos de alta qualidade permitirão que as empresas despontem como referências em seus segmentos. Por isso, as indústrias brasileiras que desejam estar mais preparadas para enfrentar as incertezas da economia global precisam se planejar estrategicamente para ter um ambiente fabril inteligente e adaptável capaz de atender às demandas do mercado e competir de forma eficaz através da inovação.