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Como a nova política de biodiversidade da Natura impacta o Sul?

Foto: divulgação.

No dia 22 de junho, a Natura &Co América Latina completou 6 meses de operações de sua nova Política de Biodiversidade, que incorpora os princípios do Marco Global de Kunming-Montreal, firmado na Conferência de Biodiversidade da Organização das Nações Unidas (ONU), em 2022.

O documento busca promover mais práticas de negócios regenerativas, capazes de enfrentar as mudanças climáticas, como o sistema agroflorestal de dendê e relacionamento com mais comunidades agroextrativistas na Amazônia, assim como avanços sociais a partir do seu modelo de negócio. 

Conversamos com Angela Pinhati, diretora de Sustentabilidade de Natura &Co América Latina, sobre o impacto da nova política no Sul do país. Confira abaixo:

  1. De que maneira a Nova Política de Biodiversidade de Natura &Co América Latina se reflete em ações no Sul do Brasil?

Angela Pinhati: O impacto global acontece com a aplicação da Nova Política de Biodiversidade desde a pesquisa, as cadeias de suprimentos e operações diretas, para mitigar impactos negativos na biodiversidade e promover ativamente sua conservação e regeneração, além de contribuir para o desenvolvimento social das comunidades envolvidas. Em relação à a região Sul, entendemos que o desenvolvimento de soluções regenerativas, limitação de desperdícios, uso de bioingredientes seguros e de baixo carbono impactam de forma positiva no ecossistema regional. As fórmulas e embalagens são desenvolvidas com foco na circularidade e tecnologias inspiradas na natureza que evitam ou diminuem o impacto na biodiversidade. Nossa Política também prevê a redução da poluição decorrente de produtos químicos e resíduos em toda a cadeia. Atualmente, 87,8% das embalagens da Natura são recicláveis, reutilizáveis ou compostáveis. A nova política ainda destaca a rastreabilidade e certificação de commodities como palma, soja, etanol, mica, algodão e papel, assegurando desmatamento zero e respeito aos direitos humanos. E pensando em operações diretas, o documento prioriza processos industriais limpos, de alto rendimento e impacto socioambiental positivo, alinhados aos padrões internacionais mais rigorosos.

  1. A Natura extrai insumos e ativos do Sul? Quais são as cadeias produtivas em que a Natura atua aqui na região? Existe algum diferencial de atuação em relação a Amazônia, por exemplo, ou é um padrão independente das regionalidades do país?

Angela Pinhati: Nossa operação de compra de insumos da sociobiodiversidade conta com um ativo no Rio Grande do Sul: o poejo (Cunila galioides Benth). Esta planta possui inúmeras propriedades medicinais e aromáticas. Seus componentes estão presentes em nossa linha de perfumaria, agregando qualidade e benefícios a diversos produtos da Natura. Na região da Serra Gaúcha, trabalhamos com dois parceiros fornecedores deste insumo, localizados nos municípios de Campestre da Serra e Nova Petrópolis. Ambos possuem vasta experiência no cultivo sustentável do poejo e mantemos um relacionamento com eles desde 2014. Diferentemente da maioria das organizações com as quais nos relacionamos, esses grupos familiares são formados por pequenos agricultores que não estão organizados em associações ou cooperativas. Até 2022, nossos parceiros forneciam folhas de poejo para uma empresa que processava e produzia o óleo essencial. Seguindo nossa estratégia de alocação de recursos e transferência de tecnologia para as comunidades parceiras, a Natura, por meio do Projeto Carimbó, investiu na implantação de uma usina de extração de óleos essenciais na região, transformando os agricultores familiares em produtores de insumos industriais. A criação dessa agroindústria permitiu a verticalização da produção, agregando mais valor ao insumo final. Com as novas tecnologias de processamento e o apoio da Natura, o parceiro fornece insumo processado, abrindo um novo campo de bioeconomia na localidade. A expectativa é que, com a verticalização, o aumento da demanda e a mobilização de novas famílias produtoras, esses grupos familiares evoluam e se organizem em sistemas de cooperativismo, impulsionando ainda mais a bioeconomia local à medida que o impacto positivo alcança mais pessoas.

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Fundadora do Economia SC, 3 vezes TOP 10 Imprensa do Startup Awards e TOP 50 dos + Admirados da Imprensa em Economia, Negócios e Finanças.

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