João Paulo Borges, jornalista e especialista em Ciência Política pela Universidade de Brasília, conta com 17 anos de experiência em assessoria de comunicação política, institucional e empresarial e, desde 2016, se dedica ao estudo da comunicação pelo WhatsApp. Lutou contra um câncer em plena pandemia e hoje sobe aos principais palcos que trazem a temática de um dos aplicativos mais queridinhos do Brasil.
Ele participa de uma série de entrevistas sobre a trajetória de empreendedores e profissionais que se destacam em suas carreiras que estou publicando aqui na coluna. Confira abaixo:
Qual sua história profissional?
Aos 22 anos, no final de 2006, concluí a graduação de comunicação social com habilitação em jornalismo, em Florianópolis. Recém formado, tinha vontade de me especializar em Ciência Política. Foi então que encontrei a especialização na Universidade de Brasília e encarei uma das primeiras experiências marcantes da minha trajetória pessoal e profissional. Sem conhecer nada, nem ninguém, decidi me inscrever no processo seletivo da UnB e, em março de 2007, cheguei à capital federal “de mala e cuia”, como diz o ditado. Em uma semana por lá, após distribuir alguns currículos e bater de porta em porta nos gabinetes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, consegui minha primeira oportunidade, como assessor de comunicação de um parlamentar. Foi o começo de uma história de quatro anos de aprendizados e muito trabalho em Brasília. Em 2011 voltei a morar em Florianópolis para ficar mais perto da família, que mora em São Joaquim, cidade onde nasci. Foi então que trabalhei por quase quatro anos na Palavra Comunicação, agência focada em assessoria de imprensa. Fui responsável pelo atendimento de clientes importantes como Federação das CDLs de Santa Catarina, CDL de Florianópolis, empreendimento Pedra Branca, Sinduscon Florianópolis, Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura Regional Santa Catarina, entr outros. Também participei de importantes missões de gestão de crises. Ainda na área de assessoria de comunicação, por dois anos fui um dos responsáveis pela comunicação da Federação dos Municípios de Santa Catarina (FECAM). Foi neste momento que passei a observar como o WhatsApp estava mudando a forma de nos informarmos e nos comunicarmos, e no início de 2017 propus e implementei meu primeiro projeto focado no uso estratégico do aplicativo, para informar e se relacionar com os públicos-alvo da entidade, em especial prefeitos e prefeitas e secretários municipais dos 295 municípios catarinenses. Foi meu primeiro case e o início da trajetória que fez nascer o JPdoWhats. A partir deste projeto comecei a compartilhar por meio de artigos dicas e reflexões sobre o uso das funcionalidades do WhatsApp e, em 2019, começaram a surgir os primeiros convites para palestrar sobre o tema.
O que te fez escolher essa profissão?
Não fui eu que escolhi jornalismo, foi o destino que nos conectou. Comecei a cursar Publicidade e Propaganda e na segunda fase da universidade fui convidado pelo ex-governador Henrique Córdova para escrever uma coluna política para um jornal mensal de São Joaquim sobre os fatos e discussões que aconteciam na Assembleia Legislativa de Santa Catarina. Foi meu primeiro emprego com carteira assinada, aos 18 anos. Peguei gosto pela escrita e me encontrei profissionalmente. Como as grades curriculares dos cursos de Publicidade e Jornalismo eram iguais até a terceira fase, no semestre seguinte mudei de curso e, após 17 anos de atuação, continuo apaixonado pela profissão.
Quais são os principais aprendizados da sua trajetória?
Ter coragem para encarar o desconhecido e permitir-se viver as experiências que encontrar pelo caminho. Foi assim que decidi morar em Brasília sem conhecer nada, nem ninguém e lá vivi por quatro anos. Foi assim também que encarei a minha primeira palestra pública sobre o WhatsApp, em maio de 2019. Até então, eu era um jornalista que se comunicava principalmente por texto, temia o microfone e fugia das oportunidades de falar em público. Desde que dei minha primeira palestra, me encantei com a missão de compartilhar sobre o tema que amo e me move há sete anos. Hoje fazer palestras e compartilhar dicas e reflexões sobre o uso estratégico do WhatsApp é uma das coisas que mais amo fazer.
O que você ainda almeja conquistar?
Tenho conquistado tantas coisas nos últimos anos que fica difícil falar em novas conquistas. A partir da produção de conteúdo focado no WhatsApp e das palestras sobre o tema pelo Brasil, almejei ter uma conexão com a Meta e, em 2023, recebi o primeiro convite para o WhatsApp Business Summit, evento exclusivo para anunciar novidades do aplicativo. Lá conheci o Guilherme Horn, head do WhatsApp para mercados estratégicos. Essa conexão melhora a cada dia e recentemente participei do Conversations24, evento global da Meta, que aconteceu em São Paulo. Não bastasse isso, movido pelo objetivo de ajudar cada vez mais empreendedores a usarem com assertividade o WhatsApp na hora de atender bem os clientes e vender mais, fui convidado para palestrar no RD Summit 2024, maior evento de marketing e vendas do Brasil e da América Latina, que acontecerá em novembro. Paralelo a isso, minha expertise no uso estratégico do WhatsApp para comunicação pública e por lideranças políticas têm me conectado com pessoas de todo o Brasil que desejam usar as funcionalidades do aplicativo para se relacionarem melhor com os cidadãos dos seus estados e municípios. Em 2023, participei da formação do Renova Brasil, maior escola de formação política do país, e isso fez com que muitos me procurassem para usar bem o WhatsApp na eleição deste ano. Nesta área também tenho a satisfação de ser um aluno dos professores Marcelo Vitorino e Natália Mendonça, da academia Vitorino e Mendonça, duas referências do marketing político no país. O aprendizado com eles desde 2019, quando cursei o masterclass de marketing político na ESPM em São Paulo, fez nascer uma parceria que acaba de se transformar em um curso on-line focado no uso do WhatsApp em campanha eleitoral.
Quais hábitos você mantém para ter mais qualidade de vida no âmbito profissional?
O crescimento profissional inevitavelmente está ligado ao equilíbrio pessoal e, principalmente, aos cuidados com a saúde. Entre 2020 e 2021 passei por uma grande batalha com o tratamento contra um câncer e aprendi muito sobre isso no decorrer da quimioterapia. Podemos ter tudo, mas se não tivermos saúde, não adianta nada! Para ter mais qualidade de vida, procuro me exercitar de 3 a 4 vezes por semana. Gosto especialmente de caminhar e pedalar. Para manter a mente sã, também invisto tempo em leitura e intercalo com alguma série na televisão. Além disso, busco me cercar de pessoas boas, de energia positiva, e de manter viva minha conexão espiritual.
