Você já percebeu como as redes sociais se transformaram nos últimos tempos? E no que elas se transformaram? As “redes sociais” não são mais sociais. Viraram redes de consumo.
O que começou como uma inovação que tinha um grande propósito de conectar as pessoas do mundo, descambou para uma sequência infinita de estímulos consumistas.
Preste atenção nas principais redes sociais hoje, o que você vê? Tudo que está lá tem um objetivo de venda por trás.
O que era relacionamento (contato humano) virou quase totalmente negócio, abordagens totalmente transacionais. A cada 4 imagens, uma é de venda direta.
Nós humanos, nascemos para nos socializarmos. Gostamos de interações humanas. E precisamos de válvulas de escape, de contato humano para dar conta de tudo isso. O abuso de técnicas de engajamento criou uma situação que contraria o propósito original das redes sociais.
Agora, meras redes de consumo sem fim, com técnicas e mais técnicas de conversão constante em uma rolagem infinita de micro estímulos. Para que? Por quê? Isso é bom para quem?
As marcas embarcaram de cabeça nessa onda, com foco em gerar mais negócios, muitas vezes sem pensar na construção da marca ao longo do tempo. Sem pensar no fortalecimento dos relacionamentos humanos com as pessoas.
E agora? Felizmente, podemos ver algumas reações. Desde redes que enfatizam menos o consumo, até o sucesso de abordagens mais simples, mais humanas, nas interações digitais. E também, a oportunidade para as marcas trabalharem de forma verdadeira a conexão com as pessoas no mundo real. Longe das redes de consumo.
A exaustão que todos sentimos no consumo de informação online pode ser uma grande oportunidade para resgatar a essência das conexões humanas.
Philip Kotler, em seu livro Marketing H2H (Human to Human), recentemente lançado em português, nos desafia a repensar nossas estratégias de marketing.
Ele destaca a importância de uma abordagem centrada nas pessoas, onde as relações humanas estão no centro de tudo. Entender e valorizar o lado humano dos consumidores não é apenas uma opção, é essencial para criar conexões verdadeiras e duradouras.
Muitas empresas ainda não perceberam a urgência de se reconectar com seus consumidores de maneira genuína. As pessoas querem marcas que oferecem acolhimento e soluções reais para seus problemas diários, e não mais complicações. E isso pode ser feito no mundo real e também no digital.
E fica uma grande questão: como você e sua marca estão se preparando para se relacionar de verdade com que é, muito mais do que cliente, um ser humano?