Por Felipe Ribeiro, sócio da Evermonte Executive Search.
Nos últimos anos, o papel dos diretores de recursos humanos – ou CHROs – foi elevado a um novo nível de importância. Na pandemia de COVID-19, coube a eles garantir a continuidade das operações ao mesmo tempo em que protegiam a saúde e a segurança das equipes e cumpriam as regulamentações e diretrizes em constante mudança. Além disso, em meio às inúmeras transformações nos modelos de trabalho, são eles que implementam estratégias que não apenas melhoram a performance organizacional, como também oferecem vantagens competitivas significativas para as empresas – especialmente quando o assunto é o desenvolvimento e a formação de novas lideranças.
Cada vez mais, a posição de CHRO vem ganhando espaço no pipeline de sucessão da diretoria executiva. Assim, há três razões principais para os diretores de recursos humanos serem ótimos CEOs. A primeira é o fato de que eles costumam ser excelentes gestores – porque, afinal, eles conhecem as pessoas e estão preparados para geri-las. Este é, aliás, o principal diferencial de um CHRO em relação a outros candidatos à diretoria executiva que, frequentemente, são mais voltados a uma visão numérica e permeados por um background técnico-administrativo.
A segunda razão para diretores de recursos humanos serem ótimos CEOs é a sua capacidade técnica para desenvolver um pipeline de liderança adequado à realidade da companhia. Os CHROs têm acesso direto aos principais indicadores de cultura, desempenho dos funcionários e dinâmicas de equipe, o que lhes permite identificar e cultivar talentos que possuam as competências necessárias para futuras posições de liderança. Além disso, esses executivos estão profundamente envolvidos na formação e no desenvolvimento de líderes, compreendendo como diferentes perfis podem impactar a cultura e os resultados do negócio.
Uma terceira razão é o fato de que diretores de recursos humanos entendem que as pessoas certas nos lugares certos podem fazer a diferença. Por meio de ferramentas como avaliações de desempenho, análises de potencial e mapeamento de competências, os CHROs conseguem alinhar as insuficiências da organização com as pessoas mais preparadas para supri-las, garantindo que cada colaborador esteja onde possa explorar seu potencial máximo. Sendo assim, um CHRO à frente da cadeira de CEO tem a possibilidade de unir o melhor dos mundos.
A diretoria de recursos humanos sempre trouxe consigo uma roupagem extremamente estratégica – não só porque seu objeto de trabalho são as pessoas, mas, sobretudo, porque pode remodelar estruturas ineficientes através de um olhar apurado sobre quem as constitui. Inclusive, CEOs advindos da área de RH demonstram uma abordagem centrada no ser humano para a estratégia de negócios. Seu approach intersetorial possibilita a criação e manutenção de ambientes de desenvolvimento contínuo e, por isso, quando ascendem para a diretoria executiva se tornam capazes de impulsionar, ainda mais, o crescimento e a inovação de suas companhias. E, como CEOs, além de uma atuação intrinsecamente administrativa, podem utilizar sua compreensão singular da área para direcionar sua gestão à intersetorialidade e à maximização de resultados através das pessoas.
