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Adaptabilidade na liderança: não é o meu trabalho, mas o que posso fazer?

Foto: divulgação.

Por Rodrigo Carvalho, gerente-geral de tecnologia do Farmácias APP.

Um dos grandes desafios da liderança moderna é definir até onde vão os limites de atuação. Saber equilibrar a linha tênue entre delegar tarefas e envolver-se diretamente na execução pode ser determinante para o sucesso de uma equipe. Um líder que se limita a apenas “mandar” deixa de aproveitar a perspectiva estratégica, que é uma de suas principais responsabilidades. No entanto, aquele que se envolve excessivamente nas tarefas operacionais pode perder o foco e não explorar ao máximo sua capacidade de enxergar o panorama geral, prever desafios e identificar oportunidades.

A chave para o equilíbrio está na adaptabilidade. Isso significa estar disposto a sair da sua zona de conforto, mas sem perder de vista o objetivo maior: guiar a equipe para o sucesso. Nesse contexto, surge a retórica: “Não é o meu trabalho, mas o que posso fazer?” Essa mentalidade não se trata de assumir o trabalho dos outros, mas de estar aberto a ajudar, colaborar e fomentar um espírito de equipe coeso, que transcende as fronteiras dos cargos e das funções.

Lideranças rígidas, como a autocrática, que se baseiam em dar ordens sem considerar a participação ativa dos colaboradores, estão cada vez mais obsoletas. Já a liderança adaptativa, que é flexível e moldada conforme as necessidades da equipe e do momento, tem se mostrado extremamente eficaz no mundo dos negócios contemporâneo.

Pesquisas revelam que líderes que se mostram acessíveis têm um impacto positivo no clima organizacional. Estudo da Gallup, por exemplo, aponta que o líder tem influência de até 70% no engajamento dos funcionários com o negócio. Além disso, líderes adaptáveis possuem mais chances de contar com a colaboração em suas equipes do que aqueles que adotam modelos mais tradicionais.

Isso acontece porque esse tipo de liderança adaptável cria um ambiente propício para que os colaboradores se sintam valorizados e ouvidos, aumentando sua motivação e produtividade. Por outro lado, estar disponível não significa estar constantemente resolvendo problemas operacionais, mas sim demonstrar um interesse genuíno em entender as dificuldades e conquistas do time.

Um exemplo clássico de adaptabilidade na liderança vem do setor de tecnologia. Em 2014, o CEO da Microsoft, Satya Nadella, implementou uma cultura de colaboração em vez da antiga mentalidade de competição interna. Ele incentivou os líderes da empresa a se envolverem em projetos fora de suas áreas, promovendo a inovação através da diversidade de pensamento, e passou a incentivar que os funcionários trabalhassem juntos para alcançar objetivos comuns. Essa mudança foi um dos fatores que levou a Microsoft a um novo patamar de crescimento e relevância no mercado global.

Para promover a adaptabilidade é preciso antes de tudo exercer a confiança, criando uma cultura onde todos se sentem responsáveis pelo sucesso do time. Como resultado, empresas favoráveis à adaptabilidade na liderança são mais ágeis, conseguem se ajustar rapidamente às mudanças do mercado, têm equipes mais engajadas e produtivas.

Exercer uma liderança adaptável é reflexo de uma série de comportamentos como empatia, comunicação eficaz, resiliência e visão estratégica. Ouvir colaboradores, entender o contexto e analisar cada situação com cuidado são passos fundamentais para tomar essa decisão.

Vale lembrar que este não é um procedimento simples e nem há uma receita única. A definição sobre até onde um líder deve ir varia de acordo com a equipe e com o momento, que pode pedir um maior envolvimento nas operações em momentos de crise ou um recuo para dar espaço à equipe quando tudo estiver fluindo bem. É trabalhoso, mas vale a pena. E você, está pronto para esse desafio?

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