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Construir realidades que sejam mais sustentáveis: conheça a história da Alline Goulart

Foto: divulgação.

Estudar inovação que valoriza a vida e desenvolvimento como liberdade abriu os olhos para novas possibilidades de mudança real da Alline Goulart, diretora de inovação e sócia na Semente Negócios, presidente do Instituto Cória e sócia conselheira da Quantica.  

Ela é mais uma entrevistada da coluna que conta a história de empreendedores e profissionais que se destacam no mercado. A seleção é sempre feita pelo meu Instagram, através de um post periódico com o tema Você no Economia SC. Confira abaixo: 

Qual sua história profissional?

Eu era uma daquelas crianças obstinadas que já diziam desde pequenas o que queriam ser: jornalista. Não sei de onde tirei, mas foi assim que segui. Comecei a trabalhar na faculdade e fiz uma correria em emissoras de televisão. Passei pela Record, Band e SBT, em Porto Alegre e no Rio de Janeiro. Atingi um marco importante como editora em um dos telejornais de maior audiência, mas, paradoxalmente, foi nesse momento que percebi que algo não se alinhava. Havia uma desconexão entre a maneira como eu retratava a sociedade e a forma como eu gostaria de contribuir para um impacto mais significativo. Essa insatisfação com os limites do jornalismo me levou a mudar de rumo. Larguei o emprego no Rio de Janeiro e voltei para Florianópolis, onde mergulhei de cabeça nos estudos sobre impacto social. Durante esse período, a transição de carreira foi desafiadora, pois precisei me reinventar para me sustentar, fazendo trabalhos variados que iam de social media para barraquinhas de cachorro-quente a assessoria de imprensa para vinícolas. Foi um momento muito duro e por isso também de aprendizado. Conheci, então, duas pessoas-chave que ajudaram a redefinir meu caminho. Colaborei com a plataforma Cientista Que Virou Mãe, da Ligia Moreira Sena, um negócio de impacto que já estava em ascensão, havia recém ganhado o Social Good Brasil. Ao mesmo tempo, entrei para um projeto da Semente que acelerava negócios de impacto com a ideia de fazer uma ponte entre a produção excedente de orgânicos da região metropolitana para o consumidor final, com clube de assinatura e feiras itinerantes em uma kombi. Tem muita gente em Florianópolis que lembra de uma kombi verde sem direção hidráulica rodando a cidade! A partir desse momento, as portas para o universo da inovação e do impacto social se abriram de verdade. Logo, passei a integrar a Semente, inicialmente como prestadora de serviços e, posteriormente, fui contratada para estruturar a área de comunicação da empresa. Essa jornada com a Semente culminou em uma mudança de papéis e responsabilidades, levando-me a me tornar sócia da empresa, onde estou há 6 anos.

O que te fez escolher esse caminho?

Minha motivação inicial foi o desejo de devolver à sociedade um pouco do que eu recebi. Essa vontade de equalizar a balança de alguma forma. Estudar inovação que valoriza a vida e desenvolvimento como liberdade me abriu os olhos para novas possibilidades de mudança real e sistêmica. Hoje, meu propósito é claro: quero construir realidades que sejam mais sustentáveis, inclusivas e regenerativas. Inovação, para mim, não é apenas sobre criar produtos novos ou lucrativos; é sobre resolver problemas reais de uma maneira que respeite a vida em todas as suas formas. A ideia de que podemos mudar a realidade de forma significativa ao adotar uma abordagem que coloca a vida no centro de tudo é o que me inspira diariamente. Parece utópico, mas acreditar é o primeiro passo!

O que você ainda almeja conquistar?

Eu acredito que um ecossistema de inovação mais diverso e preocupado com a perenidade é o caminho que precisamos para enfrentar os problemas atuais. Almejo mais mulheres liderando projetos, mais pessoas negras ocupando posições de poder e, principalmente, um entendimento mais profundo sobre o impacto social e ambiental dentro das organizações.

Quais hábitos você mantém para ter mais qualidade de vida e desempenho no âmbito profissional?

Acredito na tríade da saúde: mental, física e emocional. Como é bem difícil manter um equilíbrio entre as três, a jornada é o que importa! Pratico atividades físicas regularmente e faço terapia para cuidar da saúde emocional. No lado mental, tenho um compromisso forte com a construção de uma cultura organizacional que respeite as pessoas, cuide do bem-estar e que esteja sempre aberta ao aprendizado. Não é fácil e nem sempre a gente acerta, mas acredito que estamos muito no caminho certo. Trabalhamos para criar um ambiente inclusivo e humano, onde as pessoas são vistas em seu contexto completo e não apenas pelo cargo que ocupam. Implementamos práticas que promovem debates, acolhimento e testam novas ideias para nos mantermos relevantes, e humanos, em um mundo pós-pandemia, que enfrenta crises de saúde mental e desafios climáticos constantes​.

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Fundadora do Economia SC, 3 vezes TOP 10 Imprensa do Startup Awards e TOP 50 dos + Admirados da Imprensa em Economia, Negócios e Finanças.

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