Siga nas redes sociais

Search

Uma história no mundo da costura: conheça a trajetória da Andreyna Santos

Foto: divulgação.

Crescida em um ambiente do mundo da costura, Andreyna Santos, professora, pesquisadora e fundadora da startup Coostura hoje já impacta dezenas de profissionais do ramo. O caminho, nada fácil, levou ela a criar uma solução para rastrear a cadeia e quer se tornar a plataforma oficial das costureiras do país. Ela é mais uma entrevistada da coluna que conta a história de empreendedores e profissionais que se destacam no mercado. A seleção é sempre feita pelo meu Instagram, através de um post periódico com o tema Você no Economia SC. Confira abaixo: 

Qual sua história profissional?

Sempre soube que queria trabalhar com moda, desde criança, afinal, minha mãe é costureira e eu vi e cresci entre as agulhas, tecidos e máquinas. Na verdade a profissão mais importante pra mim era a de costureira. Afinal, foi dessa profissão que saiu o sustento da nossa familia. O que eu não sabia quando criança, era exatamente o que a gente vivia. Minha mãe me criou sozinha, e para trabalhar, ter um teto e cuidar de mim, a gente morava numa facção. Muitas vezes, ela fazia jornadas longas, Ano Novo e Natal trabalhando, mal saia da máquina, mas era assim que tínhamos um teto pra morar e ela cuidava de mim. Na verdade, por morar na facção que ela trabalhava, várias vezes ela deixou de receber salário, ou recebia descontos pela comida, água, remédios, que muitas vezes ultrapassavam o valor do “salário” que ela recebia. A gente se mudou bastante também, quando a dona da facção mudava, a gente ia junto. E foram anos assim, até que minha mãe conseguiu juntar um dinheiro e fomos embora. Hoje eu sei que isso tem nome. Comecei a trabalhar com 16 anos. Já trabalhei com seguros, como analista de marketing e head de conteúdo. Aos 18 ingressei na faculdade de moda, passei em segundo lugar no vestibular, conquistei bolsa, foi soado, mas tive certeza de que era aquele o meu caminho. Sou a primeira pessoa da minha familia a ter graduação. Terminei a graduação e já engatei o mestrado, percebi que educação e moda são as minhas grandes paixões. Hoje, sou formada em moda, mestranda em administração, ativista, líder regional do Fashion Revolution Brasil, um instituto que combate o trabalho análogo à escravidão na moda, sou professora e pesquisadora, já empreendi antes, inclusive com uma marca autoral de biquínis. Minha mãe que depois trabalhou em fábrica, decidiu abrir sua própria facção e trabalhar por conta própria. Sonhamos em ter nossa propria marca. Dando um breve contexto, as costureiras faccionistas muitas vezes fecham serviço de forma informal, com fornecedores que encontram em grupos, indicações, e numa dessas ano passado ela levou um golpe de R$ 2 mil. Produziu peças, entregou e o fornecedor desapareceu. No mesmo período estava acontecendo uma feira de inovação universitária, onde você poderia criar um negócio ou aplicativo e concorrer a uma premiação, posterguei por semanas, mas a insistência da minha professora decidi me inscrever. E assim eu criei a Coostura, a ideia era uma plataforma que conectasse costureiras a fornecedores confiáveis, facilitando a comunicação entre eles e evitando que elas sofressem golpes, tivessem visibilidade e segurança e que os fornecedores encontrassem mão de obra de maneira mais rápida, fortalecendo a profissão da costura e a moda nacional. E ainda, ser a primeira ferramenta capaz de rastrear a cadeia produtiva. A ideia ganhou a feira, e o prêmio era R$ 2 mil, justamente o valor que minha mãe havia perdido semanas antes. Depois disso, comecei a fazer mentorias, ganhei uma bolsa para o Empretec, curso da ONU que forma empreendedores, comecei a construir um MVP e tive a contribuição do André Granemann para me ajudar a estruturar, fiz pesquisas para captar costureiras que abraçassem a ideia. Em 15 dias já tinhamos quase 50 costureiras cadastradas. Então a Coostura foi ganhando corpo, decidi tentar um edital de fomento, o Mulheres+Tec para minha surpresa, ganhamos! Atuamente fui indicada para mais um prêmio o Fórum Fashion Revolution na categoria tecnologia com a solução da Coostura. Também fui selecionada para o programa de pré incubação NASCER.

O que ainda almeja conquistar?

Hoje a Coostura possui mais de 60 costureiras, em 7 estados brasileiros e a ideia é expandir para todo o Brasil, se tornando a plataforma oficial das costureiras do país! Eu sonho grande, e sei que a solução que desenvolvi pode impactar outros países também.

Quais hábitos você mantém para ter mais qualidade de vida e desempenho no âmbito profissional?

Exercício físico, leitura, alimentação e muito foco

Compartilhe

Fundadora do Economia SC, 3 vezes TOP 10 Imprensa do Startup Awards e TOP 50 dos + Admirados da Imprensa em Economia, Negócios e Finanças.

Receba notícias no seu e-mail

Leia também