Diversos levantamentos têm demonstrado que o ESG cresce como pauta estratégica na agenda das principais lideranças do país. Mas uma questão tão importante quanto o crescimento, e nem sempre avaliada, é a qualidade das boas práticas que estão sendo realizadas pelas empresas nos pilares ambiental, social, econômico e de governança.
Um estudo recém-apresentado pela Beon (Consultoria em Estratégia de Sustentabilidade) e Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje) com o objetivo de avaliar a consistência da jornada de sustentabilidade das empresas indica que houve avanços em relação a 2021 – quando a primeira edição foi realizada. No entanto, A maturidade ESG nas empresas brasileiras – Avanços e Desafios 2024 mostra que ainda existe muito espaço para as organizações evoluírem neste tema.
Realizado no primeiro semestre deste ano, o levantamento envolveu 401 empresas de médio e grande porte, dos segmentos de Indústria, Agronegócios, Comércio e Serviços. De acordo com os promotores, a amostra foi representativa da diversidade da economia brasileira, abrangendo empresas nacionais e internacionais, de capital aberto e fechado.
O levantamento registrou avanços importantes no Engajamento de Stakeholders, que subiu de 47% para 59%, mostrando maior reconhecimento da importância da gestão dos impactos considerando os públicos de interesse (especialmente Clientes|Consumidores, empregados e sociedade, nesta ordem). Outro dado significativo: 51% das empresas têm estratégia de sustentabilidade para o negócio; este número era 37% em 2021. Uma tendência também apontada pela pesquisa foi o fato de algumas empresas atrelarem metas de sustentabilidade à remuneração variável.
Já os pontos críticos ficaram por conta da avaliação de materialidade (realizada por apenas 27% das empresas) e da divulgação de relatórios anuais de sustentabilidade (prática de apenas 20% dos participantes da pesquisa).
As informações levantadas deram origem a um Termômetro da Maturidade ESG, baseado nos 5 estágios de Simon Zadek (consultor do Reino Unido que apontou, em artigo para a Harvard Business Review, em 2024, que as empresas passam por cinco estágios de responsabilidade corporativa). Considerando esta metodologia, o estudo apontou que 66% das empresas pesquisadas têm um número muito baixo de indicadores atendidos (menos da metade). Houve uma evolução na maturidade da jornada ESG – o número de empresas com baixo índice de indicadores atendidos era de 77% em 2021 – mas o resultado, sem dúvida, indica que há uma longa jornada pela frente.