“Somos espelhos refletindo espelhos refletindo espelhos, mostrando uns aos outros o que ainda não conseguimos ver” (Lori Gottlieb).
Às vezes, o incômodo que sentimos em relação a algo ou alguém revela mais sobre nossas próprias questões do que sobre o outro.
Quando alguém nos irrita desproporcionalmente, pode ser que esse comportamento esteja ativando algo dentro de nós, uma insegurança ou um aspecto que ainda não aceitamos.
Existem momentos em que mudanças externas são necessárias para preservar nosso bem-estar. Alguns ambientes ou pessoas podem nos desgastar tanto que procurar novas possibilidades se torna essencial.
No entanto, há ocasiões em que o que mais precisamos é uma transformação interna. Mudar o cenário ao nosso redor oferece alívio, mas se o desconforto for interno, nenhuma mudança externa será suficiente.
Por natureza, estamos sempre buscando mais, tentando alcançar o próximo objetivo. Essa busca pode ser positiva, nos incentivando a evoluir e explorar novos caminhos. Mas, quando focamos apenas no que falta, deixamos de valorizar o que já temos e corremos o risco de ficar presos a uma sensação constante de insatisfação.
Muitas vezes, buscamos distrações em novas experiências ou mudanças externas para evitar o desconforto interior. Porém, nos momentos de silêncio, a verdade nos alcança.
É nesses instantes que nossas preocupações e desejos ocultos vêm à tona, nos lembrando que a maior jornada de transformação talvez seja dentro de nós mesmos.
No final, ao invés de desperdiçar energia procurando algo “melhor,” podemos nos perguntar se a verdadeira mudança não está em aprender a valorizar onde estamos e crescer a partir daí.