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Os planos do ONDM, segundo o idealizador Ivan Jasper

Foto: DKZ Fotografia

Realizado pela primeira vez em 2015, em Balneário Camboriú, a feira O Negócio da Moda (ONDM) vem se consolidando como um projeto referência para a moda e confecção têxtil no país.

Com edições itinerantes que já passaram por cidades como Santa Cruz do Capibaribe (PE) e Goiânia (GO), o evento idealizado pelo brusquense Ivan Jasper reúne nomes expressivos da cadeia têxtil para palestras e painéis e promove uma ampla feira voltada para confeccionistas.

Em entrevista exclusiva, ele faz um balanço das atividades deste ano e antecipa as principais novidades para 2025, incluindo as três edições da feira já confirmadas para Caruaru (PE), Goiânia (GO) e Balneário Camboriú (SC).

Fazendo um balanço de 2024 do ONDM, podemos dizer que – após tantas edições realizadas – as principais palavras seriam maturidade e consolidação? O evento chegou pela primeira vez em Goiânia e já foi logo bem aceito, e também a consolidação de Balneário Camboriú como a “casa” oficial do projeto, certo?

Sim, nós temos um carinho muito grande por Santa Catarina, porque foi o estado onde o evento nasceu e também pelo fato de Santa Catarina ser um grande produtor têxtil. É o maior pólo hoje, desde a transformação do algodão no fio. Isso, no caso, estamos falando da produção têxtil, não da confecção. Na área da confecção existem outros pólos, como Goiânia, como o Agreste de Pernambuco, que nós vamos estar reeditando agora em 2025, assim como existe em diversos outros lugares do Brasil que são grandes pólos da confecção também. Mas Santa Catarina é relevante porque ela vem desde o início da cadeia.

Em 2023, vocês chegaram pela primeira vez no Agreste de Pernambuco e voltam agora em 2025. Como foi essa primeira edição em Pernambuco e o que irá mudar em 2025? O que o público pode esperar de diferente?

Nós vamos fazer o evento em um lugar seis vezes maior. Em 2023, nós fizemos o evento em Santa Cruz do Capibaribe e gostaríamos de continuar, mas infelizmente não existe hoje um espaço em Santa Cruz do Capibaribe que comporte o ONDM, por isso estamos indo para o Pólo Caruaru. Na cidade de Caruaru, o ONDM será nos dias 7 e 8 de julho. Será o segundo ONDM do ano. O primeiro será nos dias 14 e 15 de maio, em Goiânia; e 7, 8 e 9 de outubro em Balneário Camboriú, com a edição que chamamos de “ONDM Brasil”.

Após a consolidação do evento nestes pólos, o ONDM pretende desbravar mais territórios pelo país? Tem potencial para acontecer em outras regiões?

Nós estamos estudando essa possibilidade de levar o ONDM para outras regiões. Nós fazemos essa avaliação porque depende muito se a região abraça o evento, se os empresários locais abraçam a nossa ideia. Nós não chegamos e invadimos o espaço de forma alguma. Isso requer uma conversa muito ampla com a sociedade organizada, para entender se é interessante para nós e para o público levar o ONDM para essas regiões. No momento, estamos mapeando.

Qual é a expectativa para 2025?

Em Goiânia o ONDM terá em torno de 50 expositores, enquanto em Balneário Camboriú nós já adequamos alguns espaços para ter um ganho de estandes, para que possamos contemplar ainda mais marcas – em função da demanda crescente. 

Em relação a 2023, a edição mais recente de Balneário Camboriú cresceu? Se sim, quanto?

Sim, cresceu 20%, levando em consideração número de expositores e número de visitantes.

Você nunca pára, está sempre viajando, participando de eventos e fazendo novas conexões para o ONDM. Além dos 3 eventos já confirmados para 2025, como está a sua agenda pessoal nas próximas semanas e meses?

Na última semana, visitamos 10 empresas em São Paulo. Até o recesso de fim de ano vamos abordar empresas e palestrantes também. São mais de 20 empresas entre São Paulo e Santa Catarina que vamos estar nos conectando pessoalmente nessa reta final de 2024. Além disso, em janeiro vamos participar da feira Colombiatex, em Medellín, na Colômbia; em fevereiro teremos uma reunião com a indústria e o governo paraguaio; e em abril vamos participar da EMITEX, que é uma feira têxtil que vai ocorrer em Buenos Aires, na Argentina.

O que mais você tem aprendido nessas visitas?

Eu percebo que tem auxiliado muito essa fórmula orgânica como a gente tem agido. De não contar a historinha, de ser real, verdadeiro; nos comprometemos a entregar um produto e a gente entrega e ainda surpreende.

Para quem já acompanha o projeto há alguns anos, a percepção é de que antes o ONDM só “existia” nas vésperas e durante o evento, e agora o público pode acompanhar o ONDM “ao vivo”, com uma série de desdobramentos o ano inteiro. É esse o intuito?

Exato, não é só aquele momento do evento, não é como se fosse um show que acaba, o ONDM tem continuidade o ano inteiro através de informações que a gente traz das empresas que expõem conosco e que nós visitamos. No nosso Instagram estamos sempre mostrando o que essas empresas têm de tecnologia, trazendo o que elas têm de entrega, quais são os produtos, serviços e insumos que cada um dos nossos expositores apresentam.

E nessas visitas você já promove conexões? Por exemplo, se a empresa tem uma demanda, uma dor, você já consegue conectá-la com alguém para atender a essa demanda, certo?

Exatamente. Muita informação que a gente traz de cada um serve para aproximar essas empresas. E as negociações não acontecem somente durante o ONDM. Se a empresa precisa de um produto, uma solução, a gente conecta com quem tem. Então, facilitamos os negócios entre essas empresas, além de trazer para o grande público a informação.

Falando um pouco dos nomes dos palestrantes e painelistas que sempre brilham nas edições, pode acontecer em 2025 um “intercâmbio” de palestrantes entre as cidades que recebem o evento? Por exemplo, alguém que fez muito sucesso na edição de Balneário Camboriú estar na edição de Goiânia?

Sim, isso é natural. Mas, ainda assim, nós fazemos um estudo de perfil de público de cada cidade. Tem determinadas situações que em Goiânia vão muito bem e talvez no Agreste não seja tão interessante, porque existem outros nomes, principalmente quando a gente fala do empresariado regional. São grandes marcas e grandes nomes que nós também queremos trazer para o palco do ONDM.

Vocês recebem comentários do público pedindo a participação de algum palestrante?

Sim, temos uma equipe que faz a curadoria de conteúdos e palestrantes. Lá no início, nós tínhamos uma dificuldade muito grande em conseguir a liberação de alguns dos palestrantes pelas empresas, ou mesmo nomes que já são fortes no mercado de virem para o ONDM. Hoje o nosso maior desafio é o contrário: fazer a curadoria diante da oferta de nomes que desejam muito o palco do ONDM.

Você poderia falar de um ou mais nomes que mais se destacaram na última edição, em Balneário Camboriú?

Tivemos filas para tirar fotos com a jornalista Mônica Salgado e a Joy Alano, criadora do Provador Fashion, que é aqui de Santa Catarina e está crescendo muito no mercado. Tivemos também nomes que nunca foram tão acessíveis e que começaram a se tornar populares por causa do ONDM. O Richard Stad, da Aramis, e o Carlos Ferreirinha já são nomes conhecidos no mercado, mas, por exemplo, para o Romeo Bonadio, Diretor Geral da BOSS, que não é acostumado a dar palestras, para ele foi uma excelente surpresa estar no palco do ONDM. O mesmo aconteceu com Carla Assumpção, da Swarovski. Então trazer esses nomes do mercado premium foi uma experiência muito bacana para o público, que recebe o conteúdo, mas também para os palestrantes que recebem esse reconhecimento e calor humano da plateia que fica sempre muito interessada e surpresa com o conteúdo que essas pessoas têm para entregar.

Quantas pessoas circularam pelo evento em Balneário Camboriú?

Mais de 17.200 pessoas.

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