O relatório Inside Venture Capital do Distrito aponta que em novembro os investimentos ultrapassaram US$ 496 milhões na América Latina, com o Brasil liderando em número de rodadas, somando 30 deals no mês e aporte de US$ 111,9 milhões.
Mesmo com uma queda discreta em relação a outubro, o cenário reflete uma recuperação gradual do mercado de venture capital, impulsionado por grandes rodadas de financiamento, especialmente nos estágios Series C e Series E, que contribuíram significativamente para o total captado.
No entanto, antes mesmo do fechamento do ano, o Brasil já alcança um volume de captação de US$1,9 bilhão, alta de 5,5% em relação ao ano passado.
“O mercado brasileiro de startups demonstra resiliência em um cenário econômico desafiador. A seletividade dos investidores está direcionada para negócios com soluções sólidas e escaláveis, o que reafirma o amadurecimento do ecossistema local. Voltamos a ver grandes rodadas acontecendo ao longo de 2024, como o Series E da Ualá. Essas rodadas praticamente não existiram em 2023, indicando um potencial renovado de crescimento para as empresas capazes de ultrapassar o inverno das startups, convertendo teses em tração e unit economics sólidos”, analisa Victor Harano, gerente de pesquisa do Distrito.
Highlights do mês:
- Series C, Pre-Seed e Series A são os grandes destaques do segundo semestre de 2024 no Brasil.
- Liderança em setores-chave: fintechs, foodtech e agTechs estão atraindo a maior parte dos recursos brasileiros, refletindo tendências regionais.
- América Latina: a rodada Series E da Ualá, no valor de US$ 300 milhões, representou 60,45% do volume total da região.
- Os números de M&As na região chegaram a 17 transações em novembro, superando o mês anterior que registrou 13 M&As, liderados pelas fintechs (18%) e deeptechs (24%), e o setor de Real State é a novidade no mês com 12% das transações.
O mês teve o volume de aportes alavancado por grandes rodadas em Late Stage. Além da argentina Ualá, a brasileira Blip, plataforma de IA para conversação entre marcas e clientes, levantou US$60 milhões em rodada Series C liderada pelo SoftBank.
A Minu, startup mexicana que atua com serviço de antecipação de salários, participou da rodada Series B de US$30 milhões e a Tako, plataforma brasileira que coordena tarefas de recursos humanos, captou US$13,2 milhões na Series Seed.
Para Gustavo Gierun, CEO e cofundador do Distrito, as grandes rodadas Late Stage movimentaram o aumento de volume investido em novembro, impactando no resultado do segundo semestre como um todo:
“Também foi um período em que as startups brasileiras precisaram se adaptar às mudanças nos setores de Banking (BaaS), benefícios corporativos e agricultura (AgTechs). O mercado continua apresentando sinais de recuperação no volume geral, embora mais cauteloso e seletivo nas decisões de investimento”.