A segurança psicológica tem se tornado um dos pilares fundamentais para o bem-estar e a retenção de talentos no ambiente de trabalho.
De acordo com uma pesquisa realizada pelo Infojobs, 62% dos profissionais brasileiros afirmam não se sentirem psicologicamente seguros em seus empregos.
Os dados mostram que lideranças tóxicas (66%), cobranças excessivas (41%) e a falta de reconhecimento (40%) estão entre os fatores mais prejudiciais à saúde mental no ambiente corporativo.
Nesse cenário, especialistas reforçam a importância de ações efetivas para transformar a realidade das organizações.
Para evitar esse tipo de problema, empresas como a Zucchetti Brasil, multinacional italiana de tecnologia, têm investido em estratégias para promover um ambiente emocionalmente saudável e alinhado às expectativas dos colaboradores.
Na multinacional, 85% dos colaboradores avaliam a empresa como um local emocionalmente saudável para trabalhar. Esse índice é resultado de iniciativas como a aplicação regular de pesquisas de sentimentos, que ajudam a monitorar a percepção emocional dos funcionários, e o uso de ferramentas como a Elofy para estruturar feedbacks e reuniões individuais.
De acordo com Ana Paula Socha, diretora de Recursos Humanos da Zucchetti Brasil, essa preocupação pode virar um diferencial competitivo para as empresas, que podem se tornar mais atrativas, fidelizar candidatos e colaboradores, promover boas relações e ter melhores resultados.
A especialista destaca que o acompanhamento próximo e as práticas consistentes de feedback são pontos centrais para fortalecer a segurança psicológica.
“O feedback estruturado permite não apenas reconhecer os pontos fortes, mas também apoiar os colaboradores em áreas de desenvolvimento, criando um ambiente de confiança e suporte mútuo. Mais do que mapear sentimentos, as empresas precisam agir rapidamente diante de questões negativas identificadas nas pesquisas internas. Essa prática reforça o ambiente de transparência em relação a desempenho e quais resultados são esperados e percebidos pela empresa. Também facilita a liderança para gestores e para o RH, pois os abastece de informação e proporciona uma comunicação clara e eficiente”.
Cultura organizacional como base para o bem-estar
Além do monitoramento emocional, a empresa aposta no fortalecimento da cultura organizacional para criar um ambiente de trabalho que engaje e retenha talentos.
“Acreditamos que, para que as pessoas se sintam psicologicamente seguras, é essencial que estejam alinhadas aos valores e à cultura da empresa”, afirma.
Ela ressalta que a construção de uma cultura clara e transparente precisa ser constante:
“Não basta apenas definir os valores. É preciso garantir que eles sejam vivenciados no dia a dia e que as lideranças estejam preparadas para atuar de forma coerente com essas diretrizes”.
Neste sentido, ela argumenta que é fundamental contratar pessoas que tenham valores e características aderentes aos da empresa e ao cargo que irá ocupar:
“Por isso, torna-se fundamental utilizar a tecnologia para identificar o perfil do colaborador e colocar a pessoa certa no lugar certo”.
A executiva também destaca que o equilíbrio entre tecnologia e gestão humanizada é fundamental para criar um ambiente de trabalho que seja, ao mesmo tempo, eficiente e acolhedor:
“Enquanto a tecnologia oferece ferramentas para monitorar dados e otimizar processos, a gestão humanizada garante que as soluções aplicadas respeitem as individualidades dos colaboradores e promovam a segurança psicológica de forma genuína”.