Alta performance. Todo mundo fala disso hoje em dia, né? É sobre entregar resultados, bater metas, ser a melhor versão de si mesmo… E aí que começa aquele festival de palavras da moda: foco, resiliência, mindset, produtividade. E, claro, sempre tem a comparação com os esportes. Afinal, quem tem uma rotina mais regrada que um atleta de alta performance?
O esporte virou quase um manual de como ser um profissional de excelência no trabalho. Não bastasse a gente ter que ser super executivo, agora também tem que ser super atleta. E aí surgem coachs e mentores com as fórmulas mágicas de como ter a “mente campeã de um atleta”. A maioria resume tudo em uma frase: “o poder está na sua mente.”
Sua mente precisa convencer seu corpo de que você consegue. Beleza, faz sentido. Mas será que é só isso? Vamos ouvir quem realmente viveu isso na pele: um medalhista e recordista olímpico.
Certa vez, vi uma entrevista do Cesar Cielo contando como foi a experiência dele nas Olimpíadas de Pequim, em 2008. Ele chegou lá depois de uma temporada péssima – tempos ruins, sem pódios, autoestima lá embaixo. No meio das Olimpíadas, ele estava tão mal que começou a se isolar, cabisbaixo, se perguntando se deveria estar ali.
Foi aí que o técnico dele soltou uma proposta meio maluca: “Vamos no McDonald’s.” Imagina, no meio de uma Olimpíada, chamar um atleta olímpico para comer fast food! Parece brincadeira, né? Mas o objetivo não era o Big Mac. Era sair daquela tensão toda, dar uma pausa, esquecer por uns minutos toda a pressão.
Chegando lá, ele encontra com os adversários na fila de pedidos. Foi o choque de realidade que ele precisava: “até os melhores também relaxam.” Não era sobre quebrar as regras, era sobre se permitir respirar.
E não é só o Cielo que tem histórias dessas. Já viu o vídeo da nadadora Kelly Pash? Antes de entrar na piscina, segundos antes de competir, ela estava dançando ao som de Justin Bieber. Enquanto todo mundo estava sério, focado, ela estava curtindo o som que rolava nas caixas de som da arena. E deu certo!
Essas histórias mostram que alta performance não é só sobre treinar até a exaustão ou manter um foco de ferro o tempo todo. É sobre equilíbrio. São três coisas que têm que andar juntas: físico, mental e emocional.
Claro, o corpo precisa estar forte. Seja para aguentar os treinos, ou aquela rotina louca de viagens, reuniões e eventos. A mente também precisa estar no jogo, com foco, disciplina e estratégia. Mas o emocional? Esse é o alicerce. Sem ele, nada funciona, os outros dois desabam. Porque, no fim do dia, a gente não é máquina, né?
Alta performance de verdade não é sobre estar no 220 o tempo inteiro. É sobre saber quando acelerar e, principalmente, quando desacelerar. Saber a hora de parar para respirar, dar um tempo, quebrar a tensão. O corpo pode ser forte, a mente pode ser afiada, mas se o emocional não está em dia, nada sustenta.Então, da próxima vez que alguém vier com o papo de que alta performance é só “mindset”, lembra do Cielo indo para o McDonald’s ou da Kelly curtindo Justin Bieber. Porque, no final, para alcançar grandes resultados, às vezes o que você mais precisa é relaxar, se divertir e, acima de tudo, viver.