De acordo com a pesquisa Leadership Outlook 2025, do Evermonte Institute, 84,1% dos executivos brasileiros estão buscando ativamente ou estão abertos a novas oportunidades de mercado neste ano.
Na prática, isso significa que mais de 80% das lideranças planejam se recolocar em 2025. Mas quais as razões para este desejo de mudança?
Para o diretor associado do Evermonte Institute, Paulo Walendorff, o dado revela desafios que vão desde a falta de investimento em desenvolvimento humano até a ineficiência dos modelos de reconhecimento:
“Muitas companhias ainda preferem direcionar esforços à atração sem atentar-se às especificidades envolvidas no processo de retenção. Via de regra, trazer uma nova pessoa tende a ser muito mais caro do que desenvolver executivos internos, mas a tradicional cultura de apagar incêndios acaba por nublar essa realidade”.
A falta de perspectiva de crescimento é outro fator que impulsiona a busca por recolocação, assim como mudanças nas preferências de carreira por parte dos executivos.
Ele explica que, há alguns anos, a remuneração era protagonista indiscutível nas negociações de retenção. Hoje, no entanto, o foco está direcionado a outros aspectos:
“A flexibilidade e a qualidade de vida, por vezes, podem se sobrepor às questões de remuneração”.
Uma quarta razão para o desejo de movimentação dos executivos em 2025 é a ineficiência dos atuais modelos de reconhecimento, especialmente para as lideranças que já se encontram em uma fase estável.
“A falta de clareza sobre as possibilidades de reconhecimento a curto, médio e longo prazo dificilmente será tolerada, tornando a permanência na incerteza pouco provável”, ressalta.
O estudo do Evermonte Institute ouviu 320 executivos que estão em cargos de gerência sênior, diretoria, C-level e Conselho em empresas de todo o Brasil.
A pesquisa considerou três grades distintas de empresas com base no faturamento anual: até R$ 500 milhões (38,6% das respondentes), de R$ 500 milhões a R$ 2 bi (32,4%) e acima de R$ 2 bi (29%).