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O paradoxo da inovação no Brasil

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Foto: Daniel Zimmermann/divulgação.

O Brasil tem um grande paradoxo: somos um dos maiores mercados consumidores do planeta, mas quando o assunto é inovação, ainda ficamos muito atrás do resto do mundo.

Para você ter uma ideia, o Brasil é o quarto maior mercado mundial de automóveis, o segundo maior mercado de cosméticos, e um dos dez maiores mercados de smartphones do planeta. Além disso, somos um dos países que mais passa tempo nas redes sociais e consome conteúdos digitais.

Mas, no Índice Global de Inovação 2024, entre 133 países, o Brasil está na 50ª posição. Nos rankings de competitividade global, produtividade e investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento, os números também não são nada animadores.

Apesar de vários progressos recentes, que são amplamente noticiados, o nosso país ainda tem muito a evoluir.

Isso levanta uma pergunta incômoda: estamos consumindo mais do que inovamos?

O Brasil tem um mercado gigante e um potencial imenso, mas falta transformar consumo em criação, demanda em disrupção. E, quando olhamos para as ações de fomento e investimento em inovação, vemos vôos de galinha e interrupções sem sentido.

Além disso, temos muitas empresas focadas no curto prazo, que investem em vendas, mas deixam de lado a inovação de verdade – aquela que gera valor no longo prazo.

O que vemos são marcas que preferem copiar tendências em vez de criar novas. Negócios que querem crescimento rápido, mas não investem em diferenciação. Empresas que esperam o mercado se estabelecer, e não desenvolvem produtos inovadores, apenas seguem a onda.

O problema não é vender muito – pelo contrário, isso mostra a força do nosso mercado. O problema real é que poucas empresas brasileiras estão liderando categorias, criando produtos inovadores, ou desenvolvendo tecnologias próprias.

E, quando olhamos para as startups, a grande maioria se apoia em tecnologias existentes. ainda há muito pouca pesquisa de base para criar inovação com potencial de gerar desenvolvimento de verdade.

E, no início da revolução da Inteligência Artificial, estamos indo pelo mesmo caminho. Consumindo a tecnologia desenvolvida pelos outros. Até quando?

O verdadeiro crescimento não vem apenas da escala, mas da inovação estratégica. Empresas que pensam diferente, que desafiam padrões e que constroem valor real no mercado são as que dominam o futuro.

A questão que fica é: sua empresa está apenas seguindo o consumo ou criando algo realmente novo?

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Estrategista de marcas, especialista em inovação de marketing, fundador da Nexia Branding e sócio-fundador do Fluxo.

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