Por Carolina Valle Schrubbe, fundadora da QUARE Desenvolvimento.
Se você atua com liderança ou gestão de pessoas, provavelmente já se deparou com um problema que vem ganhando dimensão global: a escassez de talentos.
Nos meus workshops e consultorias, uma inquietação tem sido recorrente entre os gestores: “Carol, não consigo encontrar pessoas prontas para ocupar as vagas que tenho aqui”.
Essa frase tem se repetido com tamanha frequência que resolvi mergulhar mais fundo nesse tema. E os dados confirmam: trata-se de um fenômeno mundial.
De acordo com o último estudo do ManpowerGroup, 75% das empresas em todo o mundo relatam dificuldades para preencher cargos por falta de profissionais com as competências certas.
No Brasil, esse número é ainda mais alarmante: 81%. E se falarmos de setores como o de tecnologia, essa taxa ultrapassa os 84%.
Mas a falta de talentos não está relacionada apenas às hard skills. O estudo revela que as principais lacunas estão nas chamadas habilidades comportamentais, ou seja, raciocínio e resolução de problemas, resiliência, iniciativa, confiabilidade e espírito colaborativo.
Na prática, o que vejo são profissionais que têm diploma, mas não sabem se comunicar com clareza. Que dominam ferramentas, mas não lidam bem com pressão. Que têm experiência, mas não conseguem trabalhar em equipe. O resultado são times desalinhados, lideranças sobrecarregadas e crescimento comprometido.
A solução passa por uma mudança de mentalidade e entender a nova realidade do mercado. Uma alternativa que vem dando certo nas empresas é, além de buscar o talento pronto, investir em ambientes que desenvolvam pessoas.
Isso significa construir sistemas de aprendizagem contínua, adotar formatos mais práticos de ensino (como o microlearning e o aprendizado por projetos), estimular conexões entre áreas e desenvolver meta-habilidades.
Nesse contexto, a QUARE se tornou parceira de diversas organizações, pois nossa missão é justamente essa: desenvolver lideranças preparadas para formar times mais adaptáveis, colaborativos e resilientes.
É isso que temos feito com centenas de empresas que buscam não só atrair, mas reter e formar talentos em um mercado em constante transformação. Por isso, se eu pudesse dar três conselhos para os gestores que me leem agora, seriam:
- Na busca pela pessoa certa, comece a olhar para quem pode crescer dentro da sua realidade.
- Crie espaços seguros para o erro e o aprendizado. Profissionais confiantes aprendem mais rápido.
- Não espere um problema de desempenho para investir em formação. A liderança precisa estar à frente.
A escassez de talentos é real, mas a boa notícia é que lideranças comprometidas com o desenvolvimento humano podem mudar esse cenário. Se a sua empresa quer ser relevante, comece hoje e comece com os talentos que já estão com você.