Por Anderson Buzzi, líder de tecnologia e especialista em desenvolvimento de softwares.
Basta uma breve pesquisa sobre a importância e as características de uma liderança corporativa de sucesso para percebermos que há uma certa unanimidade quando se fala que o líder precisa estar alinhado com os objetivos gerais do negócio.
De uma forma fria e prática, ele precisa dar lucro. Essa abordagem, sempre direcionada ao resultado efetivo que o líder e sua equipe geram, criou uma visão muitas vezes equivocada sobre o papel e o posicionamento da liderança.
Muitos gestores acreditam que, para estarem conectados com o objetivo do negócio, precisam ser duros e “manter uma certa distância” das pessoas do seu time, para ser respeitado.
No entanto, esse tipo de atitude, embora por muito tempo tenha sido adotada e até enfatizada entre as lideranças, só afasta o time e compromete os resultados.
Uma pesquisa da Harvard Business Review apontou que 58% das pessoas dizem confiar mais em um estranho do que no próprio líder. Esse dado mostra o quanto a cultura do afastamento entre liderança e liderados precisa ser quebrada.
Se as pessoas que trabalham diretamente com você para, de modo prático, dar lucro, não confiam na sua liderança, como criar entregas de alta performance? Parece simplesmente impossível que profissionais que não veem no líder um caminho aberto para uma conexão que cultive entregas de valor consigam entregar todo o potencial em suas carreiras corporativas.
A proximidade é um viés fundamental para o sucesso da liderança, especialmente em um cenário em que a inteligência artificial parece dominar.
É diante de um mercado que vê a IA crescer que as conexões humanas, tomadas de soft skills, podem fazer a diferença. E é importante salientar: manter a proximidade não tem nada a ver com ter a sua mesa fora de uma sala separada, perto das pessoas. É muito mais sobre como você trata seus liderados e o quão disposto a ouvi-los você está.
Essa conexão precisa ser genuína. Porque as pessoas sabem exatamente quando podem confiar em seus líderes, assim como percebem gestores falsos à distância. Como já dizia o CEO da SAS, Jim Goodnight, devemos tratar as pessoas como se elas já estivessem fazendo a diferença, e elas farão.
Este é o caminho das novas lideranças e das pessoas que realmente conseguirão o sucesso à frente das equipes. É hora de quebrar barreiras e entender que, mais do que o clima organizacional, uma liderança engajada e próxima motiva a equipe e impacta diretamente nos indicadores de resultados.
Por isso, cabe a cada líder repensar: como está a sua relação com o seu time? Você inspira confiança ou alimenta o medo? Você cria um ambiente onde as pessoas se sentem seguras para errar, aprender e inovar ou reforça uma cultura de silenciamento e insegurança?
O futuro do trabalho está intrinsecamente ligado às organizações que entenderem que liderança não é sobre comando, mas sobre conexão. O líder precisa ser empático e aberto ao diálogo. Liderar é, acima de tudo, servir. Servir ao propósito da empresa, ao desenvolvimento das pessoas e ao bem-estar do time. Quando isso acontece, o engajamento é natural, o ambiente se torna mais produtivo e saudável, e os resultados aparecem como consequência.
Gente engajada dá lucro. Tudo é sobre pessoas, máquina nenhuma funciona sem elas.