Falar inglês já foi um diferencial. Hoje, é um pré-requisito para competir em um mercado globalizado, especialmente para empresas catarinenses que desejam atrair investimentos, escalar suas soluções e estabelecer parcerias internacionais. No entanto, o Brasil segue patinando nesse aspecto.
Segundo o EF English Proficiency Index 2024, o Brasil ocupa a 81ª posição no ranking mundial e é o quarto pior país da América Latina em proficiência em inglês, à frente apenas de Haiti, México e Equador. Por outro lado, países como Suriname (27º) e Argentina (28º) demonstram que a fluência é possível e estratégica. A média brasileira ainda está no nível baixo de proficiência, com score de 466, e mesmo os jovens brasileiros — grupo com maior média — ainda não alcançaram a fluência mínima esperada para negociações internacionais.
Em Santa Catarina, os números são ligeiramente melhores. O estado aparece como a região com maior proficiência do Brasil, com score de 535. E Florianópolis se destaca com 565 pontos, acima da média nacional e mais próxima do nível moderado (B1), considerado o mínimo necessário para atuar em ambientes de negócios globais.
Esse recorte etário é especialmente revelador: a faixa etária de 18 a 25 anos é a que apresenta os melhores resultados no país, sugerindo que os jovens têm maior acesso ou interesse na língua. Mas também levanta um alerta: os adultos, que estão nas empresas tomando decisões, negociando e liderando operações internacionais, em sua maioria ainda estão aquém do nível mínimo necessário. Quem já possui esta fluência acaba se destacando no mercado.
Por que isso importa para os negócios locais?
A pesquisa da EF mostra que a proficiência em inglês tem influência em indicadores como renda, inovação, desenvolvimento humano e competitividade global. Empresas que possuem proficiência em inglês ganham agilidade, ampliam mercados e colaboram melhor com times e parceiros internacionais.
6 áreas de impacto se destacam:
- Economia – Países com maior proficiência em inglês demonstram maior capacidade de produzir bens e serviços de valor agregado, além de atrair mais investimentos.
- Inovação – O acesso ao conhecimento técnico e científicos internacional, além da colaboração entre profissionais de diferentes países, é facilitado pela fluência em inglês. Isso acelera processos de inovação e internacionalização.
- Profissões e indústrias – Profissionais de áreas como TI, marketing, engenharia e finanças com fluência têm maior mobilidade, autonomia e capacidade de liderança. Empresas com times bilíngues são mais competitivas globalmente.
- Sociedade – Falar inglês aumenta o acesso à educação, à informação e ao emprego. É uma ferramenta de inclusão e oportunidade.
- Futuro – Em tempos de IA e colaboração digital, quem fala inglês acessa assistentes mais poderosos, cursos internacionais, conteúdos de ponta e redes de conexão global.
- Negócios locais com portas globais – Mesmo empresas que não planejam ir para o exterior já estão sendo impactadas por players internacionais que vêm até elas. Um exemplo é o Startup Summit 2025, em Florianópolis, que receberá comitivas internacionais interessadas em conhecer e fazer negócios com startups brasileiras.
Fluência como ativo estratégico
Não se trata apenas de aprender um idioma, mas de adquirir uma competência de impacto econômico e social. Se queremos que nosso país ocupe espaço relevante no cenário internacional, precisamos investir em fluência como parte da estratégia de negócios e desenvolvimento.
Se nossos jovens estão próximos do nível intermediário, é urgente preparar também nossos líderes, profissionais e gestores. A comunicação internacional é o que transforma inovação local em oportunidades globais.Quem tiver interesse de conhecer a pesquisa mais a fundo, pode ser acessado aqui. A propósito, o relatório completo está no idioma inglês.