Vocês já estão cansados de ouvir sobre a importância das métricas. Também não é novidade que o ciclo de vida de um produto influencia tudo: estratégia, posicionamento, investimentos. Mas o que muita gente ainda ignora é que as métricas também precisam evoluir com o tempo. Não dá pra insistir em medir sucesso com a mesma régua do início ao fim da jornada.
E antes que alguém venha com a clássica “lucro é o que importa”, já adianto: dependendo da fase do seu produto, lucro pode ser uma distração. Quando a ideia ainda está nascendo, a pergunta certa não é “quanto vendeu?”, mas sim “isso faz sentido pra alguém?”. A métrica aqui é o nível de dor que você resolve. E isso se mede ouvindo gente de verdade, sentindo o problema na pele, e não fazendo planilha de receita imaginária.
Depois, quando você coloca o MVP no mundo, o foco muda: você precisa saber se as pessoas usam, voltam, indicam. Taxa de ativação, retenção, feedbacks espontâneos — é isso que vai te mostrar se você tem algo com potencial ou só uma boa ideia mal executada.
Cresceu um pouco? Ótimo, mas cuidado com a vaidade. Crescer sem entender CAC, LTV e churn é pedir pra quebrar bonito lá na frente. Nessa fase, entender o custo de trazer e manter um cliente é mais importante do que dobrar o faturamento em um mês.
E quando a operação estabiliza, aí sim você começa a olhar pra margem, eficiência, lucro. Só que mesmo aqui, isso não significa parar de ouvir cliente ou parar de testar. Produto que para de se reinventar vira passado rapidinho.
Ah, e se seu produto está estagnado, com uso caindo e feedback sumindo, não adianta disfarçar com uma planilha bonita. É hora de encarar as métricas difíceis e decidir se pivota ou encerra. Porque insistir num ciclo de vida que já acabou é a receita perfeita para gastar energia e grana à toa.
No fim das contas, toda métrica fora de contexto vira barulho. E barulho demais atrapalha a tomada de decisão. Se você quer construir algo de verdade, precisa aprender a medir o que importa em cada momento. Métrica não é troféu, é ferramenta. E produto bom é aquele que sabe crescer com consciência, sem pular etapas, sem romantizar número bonito que não paga as contas — e nem responde as perguntas certas.