Search

4 movimentos para melhorar a produtividade da operação

Foto: AdobeStock

Por Guilherme Neves, sócio e headhunter da Evermonte Executive Search.

Nos últimos meses, conversei com diversos líderes de operações de diferentes setores. Em comum, percebi um padrão nas empresas que conseguiram de fato evoluir em produtividade: elas estão reorganizando a base da operação, com estruturas mais leves, decisões mais próximas da execução, e foco prático no que realmente gera resultado.

Mais do que aderir a novos modismos ou jargões corporativos, essas organizações vêm ganhando eficiência ao eliminar os obstáculos que atrapalham a entrega — sejam estruturais, tecnológicos ou culturais. Neste artigo, compartilho quatro movimentos que identifiquei em operações que conseguiram acelerar o desempenho sem depender de fórmulas prontas.

1. Menos níveis, mais agilidade

Um dos fatores mais limitantes para a produtividade continua sendo a excessiva burocracia interna. Em muitas empresas, resolver algo simples exige atravessar várias instâncias hierárquicas, coletar aprovações e envolver áreas que pouco contribuem na prática. Esse caminho consome tempo, energia e desestimula a autonomia.

As operações mais eficientes eliminaram camadas desnecessárias e aproximaram a decisão do ponto de ação. Quando quem está na linha de frente entende claramente seu papel e tem espaço para decidir, o foco volta a ser o resultado — não o processo. Isso não significa falta de controle, mas sim um modelo com regras claras, metas bem definidas e menos interferência no percurso.

2. Times multidisciplinares com foco em entrega

Empresas que ainda operam de forma fragmentada, com equipes por função, tendem a sofrer com atrasos, retrabalho e desalinhamento. Nessas estruturas, a responsabilidade sobre o todo é diluída — cada área cuida da sua parte e perde-se a visão integrada do processo.

Em contrapartida, operações mais ágeis estão adotando times multifuncionais, que reúnem diferentes competências (operações, dados, produto, tecnologia e atendimento) para atuar de ponta a ponta. Esse formato reduz os “hand-offs”, acelera a tomada de decisão e fortalece o senso de ownership.

Vi esse modelo funcionar, por exemplo, em uma empresa de energia que formou squads integrando engenharia, TI e atendimento. O resultado: decisões mais rápidas, adaptação ágil em campo e maior percepção de valor pelo cliente.

3. Tecnologia é meio — não o fim

Investir em tecnologia é quase uma regra, mas nem sempre os resultados aparecem. Em muitos casos, ferramentas são adquiridas sem resolver os problemas estruturais da operação: falta integração, não há plano de adoção real e o treinamento é superficial. O resultado? Um parque tecnológico subutilizado e pouca mudança no dia a dia.

Nas empresas que realmente ganharam agilidade, a tecnologia foi aplicada onde há clareza de impacto. São ferramentas simples, bem integradas e voltadas para gerar eficiência no fluxo de trabalho. A tomada de decisão deixa de ser baseada em urgências ou intuições e passa a se apoiar em dados confiáveis e acessíveis.

Mais importante do que a tecnologia em si é a capacidade de fazê-la funcionar a serviço da execução.

4. Melhoria contínua como rotina — não como evento

Muitas organizações ainda tratam a melhoria contínua como um projeto com início, meio e fim. Quando isso acontece, os ganhos se perdem com o tempo. As operações mais consistentes não tratam esse processo como um evento pontual, mas como parte da rotina de gestão.

Práticas como PDCA, Lean e Kaizen foram incorporadas ao dia a dia. A equipe revisa constantemente indicadores, identifica gargalos com rapidez e ajusta processos em ciclos curtos. Com isso, o aprendizado é constante — e os ganhos são sustentáveis.

Essa disciplina de revisão evita retrabalhos, reduz o tempo de resposta e fortalece uma cultura de eficiência baseada em pequenos avanços contínuos.

O que de fato impulsiona a produtividade?

Produtividade com agilidade não é consequência de um grande projeto ou de uma ferramenta disruptiva: é o resultado direto de remover o que trava a execução.

As operações mais bem-sucedidas estão ajustando quatro pontos principais: a estrutura, reduzindo camadas e acelerando decisões; os processos, com foco em fluidez e menos ruído entre áreas; as ferramentas, com uso consciente da tecnologia como facilitadora; e a cultura, promovendo autonomia com responsabilidade.

Essas empresas não estão falando sobre agilidade — estão operando com ela. E, na prática, é isso que está fazendo a diferença.

Compartilhe

Referência em recrutamento executivo na Região Sul do Brasil, a Evermonte tem como propósito garantir a evolução da governança corporativa por meio do recrutamento de lideranças estratégicas. Com escritórios em Porto Alegre, São Paulo, Curitiba, Florianópolis e Joinville, o grupo conta com uma equipe de headhunters especialistas, com vasta experiência nas áreas para as quais recrutam. Seus processos seletivos são conduzidos a partir de uma metodologia própria, que inclui a utilização de ferramentas de Inteligência Artificial, people analytics e avaliação cognitiva para garantir os melhores resultados aos seus parceiros.

Leia também