No último dia 29 de julho, a Ayzer Soluções Integradas, de Balneário Camboriú, conquistou sua patente de invenção para um equipamento de filtragem e descontaminação e oxidação avançada dor ar, o AIRSHED.
Conheça a história desta conquista, nesta entrevista que fiz com o Julio Cesar Berndsen, doutor em Engenharia de Produto pela UFSC e o desenvolvedor desta tecnologia inovadora. Ele é CEO da empresa com ampla experiência em campo, obras de gerenciamento, projetos inovadores e com vasto currículo como Professor e coordenador de cursos de engenharia.
A conquista de uma patente é um marco muito importante e um reconhecimento de todo o trabalho da sua equipe. Me conta como começou a história da Ayzer.
A história da Ayzer começou como muitas boas ideias: com uma inquietação e uma vontade enorme de transformar desafios em soluções reais. Lá atrás, éramos um grupo pequeno, mas com um sonho grande — criar tecnologia que realmente fizesse diferença, que fosse útil, acessível e inovadora. A gente se reunia em cafés, salas emprestadas, e até em videochamadas madrugada adentro, sempre com aquela energia de quem acredita no impossível. A patente que conquistamos agora é mais do que um reconhecimento técnico — ela é um símbolo da nossa jornada, das noites em claro, dos testes que falharam (e dos que surpreenderam!), e principalmente da colaboração entre pessoas apaixonadas pelo que fazem. Cada membro da equipe deixou sua marca nesse projeto, e ver isso reconhecido oficialmente é emocionante. A Ayzer nasceu da coragem de começar e cresce todos os dias com a força de quem acredita. E essa conquista é só o começo. A parceria com a UDESC foi fundamental para transformar essa ideia em realidade, desde a pesquisa científica até os testes e validações. A universidade nos proporcionou acesso a conhecimento, laboratórios e especialistas que aceleraram o desenvolvimento do AIRSHED, garantindo que ele fosse tecnicamente robusto e realmente inovador. Hoje, com essa patente, mostramos que é possível unir ciência, engenharia e mercado para criar tecnologias que protegem vidas e entregam valor para as empresas. Estamos abertos a parcerias com indústrias, hospitais e qualquer negócio que queira elevar seu padrão de qualidade do ar. Nosso objetivo é expandir essa solução para todo o Brasil e criar ambientes mais seguros, produtivos e saudáveis.
Hoje, com este reconhecimento, conseguimos imaginar a extensão do trabalho desenvolvido por vocês. Qual foi a inspiração para o desenvolvimento deste equipamento inovador?
Nosso ponto de partida foi ouvir, ouvir os profissionais que lidavam com essa dificuldade todos os dias, entender suas dores, suas limitações, e principalmente suas ideias. A partir daí, começamos a desenhar um equipamento que fosse intuitivo, robusto e ao mesmo tempo inteligente. Misturamos engenharia com empatia, Tecnologia com propósito. Durante a pandemia, ficou ainda mais evidente que o ar pode ser um vetor silencioso de doenças, e percebemos que não havia uma solução tão eficiente e adaptável no mercado. Assim nasceu o AIRSHED: unimos tecnologia de ponta com engenharia prática para criar um equipamento capaz de proteger vidas e elevar o padrão de biossegurança no Brasil.
Os empreendedores no geral reclamam que o INPI demora muito tempo para analisar pedidos de patente. Como vocês conseguiram a concessão da patente em tão pouco tempo?
Essa é uma pergunta que muita gente nos faz — e com razão! A jornada da patente costuma ser longa, cheia de curvas e, às vezes, com alguns semáforos vermelhos no caminho. Mas no nosso caso, conseguimos acelerar esse processo com uma mistura de estratégia, dedicação e, claro, uma boa dose de persistência. Desde o início, tratamos o pedido de patente como um projeto à parte, com atenção total aos detalhes técnicos e jurídicos. Investimos tempo em escrever um documento claro, robusto e bem fundamentado, antecipando dúvidas e alinhando tudo com os requisitos do INPI. Tivemos o apoio de especialistas que conhecem os caminhos e atalhos do sistema, o que fez toda a diferença. Mas talvez o ingrediente mais importante tenha sido a relevância da inovação. O equipamento que desenvolvemos atende a uma demanda real e urgente do mercado, com aplicação prática e impacto direto. Isso chamou atenção e ajudou a destacar nosso pedido entre tantos outros. Também acompanhamos cada etapa de perto, respondendo rapidamente às exigências e mantendo o diálogo aberto com o instituto. Foi como cuidar de uma planta rara: regar com paciência, proteger das intempéries e torcer para florescer. E floresceu!
Outra reclamação recorrente é sobre os custos que envolvem conseguir uma patente no Brasil. Que conselhos você tem para dividir com as empresas que estão pensando em investir em um portfólio de direito de exclusividade e desejam registrar seus ativos no INPI?
Essa é uma questão super pertinente — e que merece ser falada com franqueza e visão estratégica. Conseguir uma patente no Brasil realmente envolve custos, não só financeiros, mas também de tempo, energia e conhecimento técnico. Mas aqui vai o nosso conselho, com base na experiência da Ayzer: encare o investimento em propriedade intelectual como plantar uma árvore de frutos raros. No começo, exige cuidado, paciência e recursos. Mas quando começa a dar frutos, o valor que ela gera, em proteção, competitividade e reconhecimento, é incomparável. No nosso caso, o AIRSHED é mais do que um produto, ele é uma solução que eleva o padrão de qualidade do ar e de biossegurança, protegendo vidas e garantindo conformidade em ambientes críticos. Ter essa tecnologia patenteada significa não só resguardar nosso trabalho, mas assegurar que possamos expandir seu impacto sem o risco de cópias ou uso indevido.
Na área de atuação de vocês, onde já existem diversos players consagrados tanto nacionais como internacionais, investir em patentes é crucial? Vocês possuem outros tipos de registro no INPI? Me conta como foi tomada esta decisão estratégica de proteger suas invenções.
Com certeza investir em patentes, especialmente em um setor competitivo como o nosso, não é luxo, é sobrevivência estratégica. Na nossa área, onde grandes players já dominam espaço e atenção, proteger a inovação é o que nos permite jogar o jogo com regras próprias. A patente é mais do que um escudo jurídico: é um selo de credibilidade, um diferencial comercial e uma forma de mostrar ao mercado que estamos aqui para ficar e para inovar.